Sonoridade caipira abre palco "indie"

O palco Butantã do Lollapalooza bem poderia receber o apelido de palco caipira. Pelo menos se dependesse dos shows das bandas Cage the Elephant e Band of Horses, que "abriram" para Joan Jett.

O primeiro grupo vem do Kentucky e trouxe sonoridade que varia entre Kings of Leon, Mudhoney e Pixies. Se não empolgou pela originalidade, compensou na energia. O vocalista Matthew Shultz não parou nem um segundo, conversou com a plateia e ainda experimentou um "afogamento" quando tentou "nadar" sobre a plateia.

É verdade que a banda foi prejudicada pelo som baixo, principalmente quando tocou a poderosa "Shake me Down". Mas o público já estava conquistado com os "truques" do líder do quinteto, que chegou a pegar uma bandeira do Brasil e perder os tênis no meio do povão.

Já o Band of Horses, atração seguinte, não vem do interior. É de Seattle. As canções épicas derivadas de bandas como Lynyrd Skynyrd e o jeitão do vocalista e guitarrista Ben Bridwell, entretanto, poderiam ter saído dos cafundós do Alabama.

O público foi menor do que o do Cage. Quem se arriscou ouviu uma banda madura de folk, que não usa artifícios. Produz um country alternativo bem tocado, ainda que aqui atrapalhado pelas batidas do "palco do Perry", criado pelo fundador do festival para música eletrônica.