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Demóstenes aposta no STF para esfriar caso e evitar cassação Senador pedirá anulação de indícios de operação da PF, porque foi pego em grampo sem autorização do Supremo Tramitação do processo no Conselho de Ética pode levar 3 meses, o que ajudaria a diminuir pressão por sua saída LEANDRO COLONGABRIELA GUERREIRO DE BRASÍLIA O senador Demóstenes Torres (sem partido) planeja esperar que o STF (Supremo Tribunal Federal) analise o pedido de anulação dos indícios contra ele nas investigações da PF para só então discutir uma eventual renúncia. A defesa de Demóstenes afirma que vai entrar hoje com um pedido para que seja anulado o poder de prova das gravações que o ligam a Carlinhos Cachoeira, acusado de explorar jogo ilegal. O senador alega que, por ter foro privilegiado no STF, não poderia ter sido monitorado sem o aval da corte. Juridicamente, avalia o senador, uma renúncia a esta altura levaria o seu caso para o Tribunal de Justiça de Goiás, onde tem foro como procurador de Justiça. Lá, corre o risco de ter sua prisão pedida, o que hoje ele descarta no âmbito da Procuradoria-Geral da República. "Se conseguirmos trancar as provas, este inquérito estará morto", diz o advogado do senador, Antônio Carlos de Almeida Castro. Já o Ministério Público alegará que as provas são legítimas porque o senador apareceu fortuitamente nas conversas. Demóstenes tem dito a aliados que também não vê motivos para abrir mão do mandato agora pois a Lei da Ficha Limpa torna inelegível por oito anos quem deixa o cargo para escapar de cassação. No seu caso, o PSOL já protocolou uma representação no Conselho de Ética. O senador avalia que hoje suas chances de absolvição no conselho são remotas, mas aposta no tempo para negociar uma salvação. O regimento do Senado dá pouco mais de 60 dias úteis para a conclusão de um processo. CPI DO CACHOEIRA Ontem, o fato de o STF ter negado a senadores acesso ao inquérito da PF, sob segredo de Justiça, deu argumento para os que querem CPI. Eles dizem que, sem o material, o processo no Conselho de Ética sobre Demóstenes fica prejudicado. Uma CPI teria poder de acessar o inquérito e repassá-lo. O PT diz que vai trabalhar pela CPI. O Conselho de Ética se reúne hoje para escolher seu novo presidente. O senador Vital do Rego (PMDB-PB) foi convidado, mas pode não assumir pois é o corregedor da Casa e ficaria impedido. INCRA O Incra afastou por 30 dias o superintendente do órgão no DF, Marco Aurélio Bezerra da Rocha, suspeito de envolvimento em tráfico de influências envolvendo Cachoeira, como revelou a Folha no último dia 3. A decisão foi publicada ontem no "Diário Oficial". Ele será substituído por Luis Fernando de Souza. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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