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Não houve quebra de sigilo de vice, diz BB

Após revelação de que recebeu quase R$ 1 mi em sua conta, Allan Toledo acusou banco de violar suas informações

Executivo, que deixou instituição em meio a disputas internas, não foi encontrado para comentar a conclusão

ANDREZA MATAIS
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

Sindicância interna do Banco do Brasil concluiu que não houve quebra de sigilo ou acesso indevido à conta do ex-vice-presidente da instituição Allan Toledo.

A Folha não conseguiu contato com Toledo após a decisão de ontem.

O fim da apuração antecede possíveis substituições na cúpula do BB para conter uma disputa de poder que envolve a cúpula do banco e de seu fundo de pensão, a Previ.

Toledo afirmara que o banco havia violado o seu sigilo após a Folha divulgar em fevereiro que ele é investigado por BB e Coaf (órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda) por ter recebido depósito de quase R$ 1 milhão sem comprovar a origem do dinheiro.

Em entrevistas à época, Toledo disse que o banco vazou as informações do seu sigilo com o objetivo de atingir o presidente da Previ, Ricardo Flores, em meio a uma disputa entre Flores e o presidente do BB, Aldemir Bendine.

As possíveis substituições não foram discutidas na reunião de ontem.

O primeiro que pode sair é o vice-presidente de Governo, Ricardo Oliveira, apontado como um dos que estimulam a guerra interna. Num segundo momento, Flores também pode ser substituído pela mesma razão.

Se confirmadas essas duas mudanças, o governo preserva Bendine, aliado do ministro Guido Mantega (Fazenda).

Na semana passada, Bendine, que chegou a ser cotado para sair, ganhou pontos no Planalto ao liderar operação para reduzir os juros do BB a pedido de Dilma.

Ex-vice da área de crédito, Allan Toledo foi demitido do banco no final do ano passado depois de ser identificado pelo governo como participante de um movimento cujo objetivo seria desestabilizar o presidente do BB.

A sindicância concluiu que os acessos aos dados dele foram compatíveis com as funções e atividades dos funcionários responsáveis pelo relacionamento bancário (o gerente da conta, por exemplo).

Segundo o que já afirmou anteriormente, o dinheiro depositado em sua conta é fruto da venda de um imóvel de uma aposentada da qual é herdeiro. A transação imobiliária, porém, só foi oficializada um ano depois, quando a Folha revelou a história e a aposentada continuava morando no imóvel.

O comprador da casa repassou à aposentada dinheiro recebido do Grupo Marfrig, que conseguiu empréstimos com o BB na época em que Allan Toledo respondia pela área de crédito.

O irmão de Toledo trabalha no frigorífico. O grupo nega ter participado de uma triangulação.

A Comissão de Ética Pública da Presidência também investiga o caso.

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