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Governo banca museu sobre greves de Lula Ministra vai a São Bernardo anunciar início da obra; projeto vai 'recriar' assembleias que antecederam criação do PT Construção consumirá R$ 18 mi; verba será liberada na véspera de ato do ex-presidente com Marinho e Haddad BERNARDO MELLO FRANCODE SÃO PAULO A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), vão anunciar amanhã o início da construção de um museu que lembrará as greves de metalúrgicos comandadas pelo ex-presidente Lula no ABC. As obras devem custar R$ 18 milhões aos cofres públicos, sendo R$ 14,4 milhões do governo federal e R$ 3,6 milhões do município. O valor inclui apenas as despesas com instalações físicas. O anúncio será feito um dia antes do primeiro ato público de Lula após o desaparecimento do câncer, a inauguração de um CEU em São Bernardo. Ele dividirá o palanque com Marinho, que tenta a reeleição, e Fernando Haddad, pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo. O Museu do Trabalho e do Trabalhador será erguido num terreno de cerca de 10 mil m2 ao lado do Paço Municipal, um dos cenários das greves que antecederam a criação do partido. Entre as principais atrações está uma sala vai recriar, com recursos audiovisuais, o ambiente das reuniões históricas lideradas pelo petista nas décadas de 1970 e 1980. "Não é um museu do Lula, mas é evidente que ele terá uma presença muito forte. Queremos que o visitante se sinta como se estivesse dentro das assembleias de metalúrgicos", diz o prefeito. O entorno do edifício terá um jardim com ferramentas das fábricas da época. "Incluindo um torno como o que o Lula usava quando perdeu o dedo", anima-se Marinho. O convênio com o Ministério da Cultura foi assinado em 2010, mas atrasou devido a problemas burocráticos e só agora começará a sair do papel, com um repasse inicial de R$ 1 milhão do Tesouro. A obra deve durar um ano e poderá ser acompanhada pelo prefeito da janela de seu gabinete. Segundo aliados, Marinho, que foi ministro do Trabalho e da Previdência de Lula, quer usar o museu como símbolo de sua gestão no município. Ele é cotado para disputar o governo de São Paulo em 2014, mas diz não ter intenção de concorrer. O plano é usar a Lei Rouanet (mecanismo de renúncia fiscal do Ministério da Cultura) para bancar os gastos com o interior do prédio e a montagem das exposições. "Isso pode ser mais caro ou mais barato que o prédio. Ainda não sabemos", diz Marinho. MEMORIAL O projeto do ABC resultará no segundo museu com referências à trajetória de Lula construído simultaneamente na região metropolitana. Há uma semana, vereadores do PSDB paulistano obstruem sessões na Câmara para adiar a votação do projeto que cede um terreno oferecido pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) para o Instituto Lula erguer o Memorial da Democracia, na cracolândia. O líder tucano Floriano Pesaro tenta convencer os colegas a realizar audiências públicas sobre o tema, numa tentativa de adiar o começo das obras. O memorial receberá o acervo de Lula na Presidência da República e, segundo o presidente de seu instituto, Paulo Okamotto, ainda não tem orçamento definido. "Só os estudos devem custar alguns milhões. O total pode chegar a R$ 40 milhões, R$ 60 milhões. Queremos começar logo a construção, que vai gerar emprego e ajudar a recuperar a região", disse. O Museu do Futebol, que ele cita como modelo, custou R$ 32,5 milhões em recursos da prefeitura, do Estado e da iniciativa privada. Okamotto diz que planeja obter financiamento privado, mas não descarta usar verba pública. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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