Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Caso Cachoeira/Campanha

Doador de Perillo na eleição recebeu repasse de Cachoeira

Empresa de fachada alimentada pela construtora Delta transferiu dinheiro

Senador Demóstenes e deputado Sandes Júnior também receberam recursos com origem na empreiteira, diz polícia

BRENO COSTA
RUBENS VALENTE
CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA

Empresas que financiaram as campanhas do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) em 2010 receberam recursos repassados por uma empresa de fachada do grupo do empresário Carlos Cachoeira.

Segundo a Polícia Federal, a origem do dinheiro é a construtora Delta, a empreiteira que mais verbas recebe do governo federal atualmente. Além de Perillo e Demóstenes, o deputado federal Sandes Júnior (PP-GO) também recebeu recursos com essa mesma origem, segundo a PF.

Em novembro de 2010, quando Perillo já estava reeleito mas ainda precisava de recursos para quitar dívidas de campanha, ele recebeu R$ 450 mil de um atacadista de alimentos, a Rio Vermelho.

Três meses depois, a Rio Vermelho recebeu R$ 60 mil da Alberto e Pantoja Construções e Transportes, uma das empresas de fachada controladas por Cachoeira.

As investigações da PF indicam que o grupo de Cachoeira usou empresas como a Alberto e Pantoja para repassar a campanhas políticas recursos recebidos da Delta.

Como a Folha mostrou no domingo, a Alfredo e Pantoja foi criada em maio de 2010 e tinha como sede uma oficina nos arredores de Brasília. Praticamente todo dinheiro que ela movimentou teve a Delta como origem. Foram R$ 26,5 milhões até abril de 2011.

O dono da Rio Vermelho, Michel Neto, é amigo de Cachoeira. Ele nega ter feito a doação a Perillo a pedido de Cachoeira e diz que os R$ 60 mil que recebeu da Alberto e Pantoja se referem à venda de um carro ao empresário.

Cachoeira foi preso em fevereiro, acusado de explorar jogos ilegais, e o Congresso decidiu criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar suas relações com políticos e empresários.

O senador Demóstenes recebeu em agosto de 2010 um cheque de R$ 32,6 mil de um posto de gasolina que três semanas depois recebeu R$ 98,7 mil da Alberto e Pantoja.

O deputado Sandes Júnior recebeu R$ 150 mil da Midway International Labs, que vende suplementos alimentares. Um dia antes a Midway recebera R$ 150 mil da empresa de fachada de Cachoeira.

Segundo a PF, Demóstenes e Sandes Júnior usaram seus mandatos para defender interesses de Cachoeira no governo e no Congresso, e o empresário mantinha pessoas de sua confiança em postos-chave no governo Perillo.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.