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Comissão de Ética arquiva o processo contra ex-vice do BB

Para conselheiros, Allan Toledo conseguiu comprovar origem de depósito de R$ 1 milhão em sua conta em 2011

Movimentação atípica chamou a atenção do Coaf, mas ex-dirigente diz que dinheiro veio da venda de um imóvel

MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

Por unanimidade, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu arquivar processo para apurar desvio ético do ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Toledo.

Os conselheiros acolheram o voto do relator, o desembargador aposentado e ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região Américo Lacombe, defendendo o encerramento do caso por falta de indícios.

Segundo o relator, Toledo conseguiu comprovar a origem de movimentações financeiras atípicas que chamaram a atenção do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), como a Folha revelou.

Segundo as reportagens, Toledo recebeu cinco depósitos no valor de R$ 1 milhão de janeiro a julho de 2011, quando ocupava uma vice-presidência do BB. Toledo sustenta que o dinheiro é da venda de um imóvel.

"Ele provou de onde veio o dinheiro. Não há nada de errado", disse o relator. "A origem do dinheiro é a mãe de criação que vendeu o terreno e colocou na sua conta."

A reportagem questionou Lacombe sobre a escritura do imóvel que Toledo afirma ter vendido ter sido registrada dois dias após sua entrevista sobre o caso.

"Isso não estava nos autos. O que estava nos autos foi analisado e não tem irregularidade." O Coaf e o BB ainda investigam o caso.

NEGÓCIO

O imóvel foi vendido ao empresário Wanderley Mantovani, que tem relações societárias com o frigorífico Marfrig. O dinheiro para o imóvel saiu da empresa e passou pela conta de Mantovani até chegar a Toledo.

O pagamento a Mantovani, segundo o grupo, resulta de um negócio. O Marfrig nega ter havido uma triangulação proposital.

O advogado de Toledo, José Roberto Batochio, diz que a transferência do imóvel demorou porque havia problemas na escritura. Em 2009 o frigorífico recebeu empréstimos de R$ 750 milhões do Banco do Brasil.

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