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Dólar sobe, e Mantega fala em mais intervenção

Moeda americana se valorizou pelo quinto dia seguido e foi a R$ 1,88

Desvalorização do real, patrocinada pelo BC, é uma das linhas-mestras de ação do governo para recuperar indústria

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON
VERENA FORNETTI
ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON
MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou ontem, em Washington (EUA), que o governo continuará a intervir no câmbio para forçar a desvalorização do real.

"Há relatórios mostrando que a intervenção do câmbio é eficaz e necessária. No nosso caso, é absolutamente necessária e nós vamos continuar fazendo", disse o ministro, que participa da reunião de primavera do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Ontem, o dólar voltou a subir frente ao real no Brasil. Foi o quinto dia seguido de alta mas, dessa vez, sem intervenção do Banco Central.

Desde a semana passada a autoridade monetária fez leilões diários de compra de dólares, forçando a desvalorização do real. Com isso, a cotação saiu de R$ 1,830 para R$ 1,882 ontem (alta de 2,8%).

Para a economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências, o BC aproveita oportunidade aberta pela queda recente do preço das matérias-primas no exterior.

Com o recuo destes preços, o BC pode deixar o dólar subir sem que isso alimente a inflação no Brasil.

Elevar a cotação do dólar é uma das linhas-mestras da estratégia do governo para dar competitividade à indústria. Em outras frentes, o BC baixou juros e a Fazenda desonerou impostos de setores.

Mantega rebateu ainda sugestão da diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, que o governo brasileiro aceite a valorização do real.

"Eu acho um equívoco [dizer que os emergentes devem aceitar a valorização das moedas locais]", disse. "Nossa indústria tem perdido competitividade em grande parte pela desvalorização da moeda de outros países."

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