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Encontro da SIP faz alerta sobre mortes de jornalistas Entidade destaca decisões de juízes que ameaçam a imprensa no Brasil Informe menciona ainda as investidas de governos autoritários da América Latina contra órgãos da mídia DE SÃO PAULOA SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) concluiu ontem em Cádiz (Espanha) seu encontro semestral manifestando preocupação com os crimes contra jornalistas e as investidas de governos autoritários (Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina e Nicarágua) contra a mídia. O comunicado principal destaca o Brasil, no qual "três jornalistas foram assassinados" somente neste ano. O informe dedicado ao país menciona as mortes de Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, editor-chefe do "Jornal da Praça", em Ponta Porã (MS); Mário Randolfo Marques Lopes, chefe de reportagem do site "Vassouras na Net", em Barra do Piraí (RJ); e Laércio de Souza, jornalista da rádio Sucesso, assassinado em Camaçari (BA). A SIP cita ainda outros 27 casos no Brasil -oito de agressão a jornalistas, um de prisão, seis de censura judicial, seis de atentados e seis de ameaças à imprensa. O informe também enfatiza a persistência das decisões judiciais que "proíbem que jornais, emissoras de rádio e televisão, sites na web e blogs publiquem reportagens sobre diversos temas". A SIP acrescenta que estão aumentando as arbitrariedades de juízes -sobretudo os de primeira instância- na concessão de proibições, indenizações por danos morais e direitos de resposta. Ao mesmo tempo, a morosidade da Justiça brasileira contribui para a persistência da impunidade nos casos de agressões a veículos e profissionais de imprensa. O informe registra as ameaças do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, contra a Folha após publicação de reportagem sobre a inspeção do Conselho Nacional de Justiça na corte: "Se vocês não se retratarem, não explicarem direitinho isso aí, vão receber 354 ações. Eu vou acionar e vou ganhar uma boa grana de vocês. E vocês vão ter que pagar para todos os 354 [desembargadores]", disse na época. No âmbito legislativo, a SIP lista uma iniciativa que considera positiva -a promulgação da lei 12.527, que regulamenta o direito dos cidadãos de ter acesso a informações públicas- e outra que avalia como negativa -a proposta que restabelece a exigência do diploma de jornalista para o exercício da profissão. Outro ponto negativo, segundo a SIP, foi a aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado de um projeto de lei que regula o direito de réplica -o qual contém disposições que ferem a liberdade de expressão. A entidade cita ainda a diplomacia do Brasil, que em março ajudou a bloquear a aprovação imediata de uma resolução da Unesco que tinha o objetivo de proporcionar mais segurança aos profissionais de imprensa. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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