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CACHOEIRAGATE/RIO DE JANEIRO

Delta vai abandonar obras da Petrobras

Baixa performance da empreiteira e atraso no cronograma desagradam estatal, que já conversa com outras empresas

Somente nas obras do Complexo Petroquímico do Rio, a Delta tem dois contratos que chegam a quase R$ 800 milhões

DENISE LUNA
DO RIO

A construtora Delta vai abandonar as obras que está fazendo para a Petrobras no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e na Reduc (Refinaria Duque de Caxias), ambas no Estado do Rio de Janeiro.

Só para as obras do Comperj, a Delta tem dois contratos que, somados, chegam a quase R$ 800 milhões.

A baixa performance da empreiteira nas obras, com atrasos no cronograma, estaria desagradando a Petrobras há algum tempo. A empreiteira já teria manifestado à petroleira sua intenção de sair das duas obras.

A Delta foi contratada para participar da construção do Comperj após vencer licitação em 2010. Nos dois contratos tem como sócias as empresas TKK e Projectus, que poderiam assumir a participação da empresa.

A Petrobras vem conversando com as três empresas para encontrar uma solução para o problema.

Um dos contratos, no valor de R$ 488,8 milhões, se refere a montagem eletromecânica da unidade de recuperação de enxofre. O outro contrato, para a construção de uma unidade de nafta, é de cerca de R$ 300 milhões.

As obras do Comperj estão paradas há 15 dias devido a greve de operários que reivindicam melhorias salariais.

A previsão é que o complexo, composto por uma refinaria e unidades fabricantes de produtos petroquímicos, com capacidade para processar 165 mil barris diários de petróleo, fique pronto em 2014. A estimativa inicial era a de que ele entrasse em operação neste ano.

Na Reduc, a Delta atua sozinha na duplicação do parque de expedição de diesel, mas o valor do contrato não foi divulgado.

A Folha apurou que a Petrobras avalia se aplicará multa pelos atrasos ou se apenas fará a rescisão.

Procurada pela Folha, a Petrobras não confirmou a intenção de afastar a Delta das obras.

A construtora informou que não vai comentar o caso.

Envolvida no escândalo da rede de influências do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso sob acusação de corrupção, a Delta já abandonou as obras de reforma do Maracanã alegando problemas no seu fluxo de caixa.

A empresa também ameaça deixar a construção da Transcarioca, projeto da Prefeitura do Rio que ligará o Aeroporto Internacional Tom Jobim, na zona norte, à Barra da Tijuca, na zona oeste.

A obra seria assumida pela construtora Andrade Gutierrez, sócia da Delta na empreitada, com participação de 58% no consórcio. A Delta tem os outros 42% da obra, estimada em R$ 798 milhões.

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