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Cachoeiragate / Empresa

Petrobras confirma exclusão de construtora

Presidente da estatal afirma que 'baixo desempenho' da Delta 'incomoda' e estuda aplicar multa na empreiteira

Empresa conduz obras em complexo químico e refinaria; para Graça Foster, mudança não é fato extraordinário

VALDO CRUZ
SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

A presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou ontem que deve afastar a construtora Delta das obras que a empresa conduz para a estatal, no Rio de Janeiro.

"A tendência é que ela saia", afirmou a executiva.

Segundo a Folha antecipou ontem, a empresa vai abandonar as obras no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) e na Reduc (Refinaria Duque de Caxias), todas atrasadas.

Foster afirmou também que "o que incomoda é o baixo desempenho" da Delta na condução das obras. Ela disse que a Petrobras avalia a situação de outras poucas empresas que também estão com cronogramas atrasados.

A presidente da Petrobras disse ainda que estuda se haverá multa para essas empresas. Ela argumentou que não é um fato extraordinário a saída de empresas de parcerias com a Petrobras. "Entrada e saída de empresas é comum, mas geralmente dentro de consórcios", disse.

A Delta possui, apenas no Comperj, dois contratos que, somados, chegam a quase R$ 800 milhões. A construtora foi contratada para tocar as obras do complexo após vencer licitação em 2010.

Nos contratos, tem como sócias as empresas TKK e Projectus, que podem assumir a participação da construtora quando a exclusão da Delta estiver formalizada.

A empreiteira é um dos principais focos da CPI criada no Congresso para apurar as relações empresariais e políticas de Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro sob a acusação de comandar um esquema do jogo ilegal.

Gravações feitas pela Polícia Federal indicam que a Delta mantinha estreito contato com o grupo de Cachoeira.

MUDANÇAS

Graça Foster, acertou ontem com a presidente Dilma Rousseff mudanças em diretorias da empresa. A definição dos novos nomes dependia da escolha de substitutos pelo Planalto. As trocas podem ocorrer amanhã, durante a reunião do Conselho de Administração da estatal.

A Folha apurou com assessores do palácio que três diretorias vão sofrer mudanças. A de Abastecimento, chefiada por Paulo Roberto Costa, indicado pelo PP, é responsável por obras tocadas pela Delta.

Assessores disseram que a saída de Costa é decisão de Dilma, que quer pessoas de sua confiança na função.

Devem sair também os diretores de Engenharia, Tecnologia e Materiais, Renato de Souza Duque, e da área Internacional, Jorge Luiz Zelada. O primeiro é indicação do PT. O segundo, do PMDB.

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