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'Ele teve tudo na vida', diz mãe de viciado que obteve salvo-conduto

DO "AGORA" - Economista com mestrado em Ciências Políticas e síndica de um prédio na Barra, bairro nobre do Rio, Nara de Albuquerque Maranhão, 72, manda R$ 250 por semana para o filho, dependente químico.

Carlos Eduardo de Albuquerque Maranhão, 41, é o único morador de rua em São Paulo que tem salvo-conduto, concedido pela Justiça, que o livra de ser abordado por PMs nas ruas da cracolândia sem motivo justificado. A região está ocupada pela Polícia Militar desde janeiro.

A economista, que mora a 250 m da praia, contou que o filho começou a se drogar aos 16 anos e vive na rua há 25.

"Ele morou na Bahia e na Alemanha. Foi internado várias vezes. Aqui no Rio morava na rua, mas tinha cartão de banco. Não dá para ficar perto da gente porque não larga a droga", lamentou. "Ele teve estudo e tudo o que podia na vida. Está assim porque quer."

Ela contou ainda que o viu pela última vez em 18 de março. "Ele me ligou e disse que havia perdido a carteira de identidade. Fui a São Paulo e levei a certidão de nascimento para ele tirar o documento."

No último dia 19, o filho lhe telefonou. Disse que precisava de dinheiro porque iria ser internado. A mãe lhe mandou R$ 500. "Ele gasta tudo em drogas. Fui mãe, mas não deu muito certo. É o destino de cada um."

(JOSMAR JOZINO)

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