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Governo busca apoio do PDT a novo ministro do Trabalho

Escolha de Brizola Neto para a pasta divide a legenda, reconhece o Planalto

'Nossa bancada é pequena. A maioria vai estar com o Brizola', diz Paulo Pereira da Silva, presidente da Força

Fábio Braga/Folhapress
O novo ministro do Trabalho, Brizola Neto, durante a festa do 1º de Maio promovida pela Força Sindical em São Paulo
O novo ministro do Trabalho, Brizola Neto, durante a festa do 1º de Maio promovida pela Força Sindical em São Paulo

DE SÃO PAULO

O governo reconheceu ontem que a nomeação do deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) para o Ministério do Trabalho provoca divergências dentro do PDT, partido que integra a base de apoio do governo.

"A nomeação causa uma série de problemas no PDT. Nós sabemos disso. Agora nós temos que costurar apoio dentro do PDT. Este é o objetivo principal", afirmou o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, durante comemorações do 1º de Maio em São Paulo.

O novo ministro do Trabalho, Brizola Neto, teve sua primeira agenda como titular do cargo, dois dias antes de ser empossado oficialmente.

Na comemoração do 1º de Maio da Força Sindical, em São Paulo, ele cumprimentou sindicalistas, deu entrevistas e disse que pretende buscar uma "composição plural" para o ministério, sem "aparelhamento".

A posse está marcada para a quinta-feira e, apesar de ter sido apresentada como solução para o PDT, a nomeação abriu um racha no partido.

O ex-ministro Carlos Lupi, presidente do partido, era contra a indicação de Brizola Neto. Já o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) defendeu a nomeação do atual ministro.

Há uma semana, o sindicalista se encontrou com o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), e se queixou do esvaziamento da pasta. Desde a saída de Lupi, há cinco meses, o cargo era ocupado pelo interino Paulo Roberto Pinto, que foi secretário-executivo de Lupi.

Marinho, que é amigo de Lula, teria conversado com o ex-presidente sobre as críticas que o governo sofreria caso não resolvesse o assunto até o 1º de maio. Lula então teria conversado com a presidente Dilma Rousseff, que decidiu por Brizola Neto apesar das críticas dentro do PDT.

Carvalho tentou ontem amenizar a divisão e disse que o governo pretende se aproximar mais do PDT.

"Não acredito em racha. A bancada do PDT, que nós respeitamos, tem suas posições e nós vamos fazer tudo para que, cada vez mais, ela esteja próxima da nossa base".

Brizola Neto adotou um discurso conciliador.

"[A divergência] é resultado do processo natural da escolha [do ministro]. Com o desfecho dessa questão, o partido tende a marchar no caminho da unidade", disse.

Brizola Neto reconhece que agora tem um trabalho a fazer dentro do partido.

"A grande questão agora é a unidade partidária. É importante o partido dar sinalização de unidade. Mas creio que não teremos dificuldade porque existem questões maiores a nos unir do que divergências desse processo de escolha do ministro", disse.

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT) também minimizou a divisão:

"Nossa bancada é pequena. Tínhamos conversado que iríamos apoiar os três indicados. A maioria vai estar com o Brizola", afirmou.

Segundo a Polícia Militar, a festa da Força Sindical, na praça de Bagatelle, reuniu cerca de 800 mil pessoas ao longo das 12h do evento.

(BERNARDO MELLO FRANCO E MARIANA CARNEIRO)

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