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Dilma diz que pode agir para evitar inflação

VALDO CRUZ
SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

Diante da deterioração do cenário internacional e da alta do dólar, a presidente Dilma Rousseff tem dito a interlocutores que seu governo não irá perder o controle da inflação e que, se ela der sinais de alta no médio prazo, sua equipe vai agir prontamente para combatê-la.

Segundo assessores presidenciais, Dilma tem a convicção de que não se pode "brincar" com a inflação e que permitir uma alta agora seria correr um risco elevado no final de seu mandato. Isso porque seria mais difícil baixá-la mais à frente, sem falar no prejuízo político exatamente numa fase em que a presidente tentaria a reeleição.

O governo avalia, contudo, que não há risco de alta da inflação no curto prazo, apesar da aceleração do IPCA-índice de preços usado como meta do governo-em abril.

A avaliação do Planalto é que a inflação ficará sob controle neste ano, fechando 2012 na casa de 5%. Mas ainda acima do centro da meta de 4,5%. Nos doze meses até abril, o IPCA acumula alta de 5,10%, depois de ter batido em 7,31% em setembro.

Apesar da alta do dólar, a equipe de Dilma tem a avaliação de que a conjuntura econômica -com queda dos preços das commodities e desaceleração da Europa, além do ritmo lento da economia doméstica-permitirá que o Banco Central continue reduzindo os juros sem gerar pressões sobre a inflação.

A dúvida é o comportamento dos preços na virada do ano quando, segundo a projeção de assessores, o país estará crescendo numa velocidade de 5% ao ano.

Neste caso, a presidente tem deixado claro que sua equipe terá de fazer o que for preciso para segurar a inflação. Ou seja, o Banco Central teria caminho livre para subir os juros se necessário, cenário já previsto pelo mercado para o próximo ano.

MAIS ESTÍMULOS

No momento, contudo, a maior preocupação da presidente não é a inflação, mas a atividade econômica, considerada fraca neste início de ano. Reservadamente, o governo já prevê que o crescimento pode ficar entre 3% e 3,5% em 2012. Oficialmente, a estimativa ainda é 4,5%.

Dilma orientou sua equipe a avaliar a necessidade de adotar mais medidas para reativar o crédito na economia. O setor automotivo é classificado como prioritário, por estar sofrendo mais com a escassez de financiamento.

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