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Requerimento sobre jornalista gera bate-boca na sessão

DE BRASÍLIA
DA ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Com o apoio do PT, a CPI tentou aprovar ontem um pedido para que a Polícia Federal encaminhe à comissão todas as interceptações telefônicas em que é citado o jornalista Policarpo Junior, redator-chefe da revista "Veja".

Cachoeira era fonte de informação de Junior. Segundo o delegado da PF Raul Marques, que investigou o empresário, não há indícios de que o relacionamento tenha ultrapassado a relação entre jornalista e fonte. A "Veja" diz o mesmo.

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), encaminhou o voto a favor do requerimento, de autoria do senador Fernando Collor (PTB-AL), mas recuou após vários parlamentares criticarem duramente, dizendo que o ato significa um ataque à liberdade de imprensa. O pedido acabou não votado.

O recuo de Cunha se deu após ele concordar com o argumento, levantado pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO), de que o requerimento de Collor é inócuo. Na prática, os diálogos do jornalista com Cachoeira e seu grupo já estão na CPI, no conjunto das conversas captadas pela PF.

"Às vezes as informações estão no inferno. O jornalista precisa ir até as profundezas do inferno para buscar a informação", disse Kátia Abreu (PSD-TO). "É uma ameaça velada a liberdade de imprensa", concordou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

O senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que o requerimento "se revela como vingança, autoritarismo".

Em seminário nacional do PT, que terminou ontem em Porto Alegre, o secretário de Comunicação da sigla, André Vargas, também fez críticas à revista "Veja".

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