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Análise

Tudo indica que haverá retomada no 2º semestre, se Europa não azedar

CARLOS EDUARDO SOARES GONÇALVES
ESPECIAL PARA A FOLHA

O índice IBC-Br, que mede a temperatura da atividade econômica, recuou 0,35% em março na comparação com fevereiro. E, no primeiro trimestre, o crescimento ficou em frustrantes 0,15%. O que gerou essa desaceleração?

A fragilidade do crescimento está associada ao desempenho da atividade industrial. A economia, fora a indústria, não vai tão mal.

A desaceleração resulta da combinação de fatores adversos: 1) crise da Argentina; 2) desaceleração da China; 3) crescente azedume dos mercados em relação à situação europeia; 4) resquícios dos efeitos das medidas macroprudenciais do início do ano passado; 5) certo esgotamento do crescimento via expansão forte do crédito, que se relaciona à elevação da inadimplência e aos altos níveis de endividamento das famílias.

Essa primeira metade do segundo trimestre tampouco parece alentadora. Mas o governo reagiu pisando fundo no acelerador. Os resultados virão, tanto na frente da atividade como na da inflação.

A reação do governo foi multifacetada: a Selic provavelmente vai chegar a 8%, o BNDES recebeu nova injeção de capital, CEF e BB foram alistados para a batalha contra os spreads elevados.

Junte-se a isso o início da normalização dos estoques industriais e tudo indica uma retomada firme da atividade no segundo semestre, se a Europa não azedar de vez. Estimo que o PIB no último trimestre esteja rodando na faixa de 6% em termos anualizados com a inflação se encaminhando para esse patamar (no ano fechando em 5%).

CARLOS EDUARDO SOARES GONÇALVES é professor titular da FEA-USP

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