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Sem atuação do BC, dólar volta a subir e vai a R$ 2,04

Tombini afirma que autoridade só vai agir quando houver anormalidade no mercado

Chefe do BC classificou como 'moderado' risco de inflação e disse que influência do câmbio sobre preços diminuiu

MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

Sem a presença do Banco Central no mercado, a cotação do dólar voltou a subir ontem e fechou com alta de 1,3%, valendo R$ 2,046.

Segundo o economista Alfredo Barbutti, da corretora BGC Liquidez, o dólar caiu na maioria dos países ontem, à exceção do Brasil.

O rand sul-africano, por exemplo, valorizou-se 1,3% frente ao dólar e o dólar australiano ganhou 0,7%. Isso indica, diz ele, que o mercado brasileiro está sendo guiado pela opinião de que o governo quer manter o dólar valorizado para dar competitividade à indústria brasileira.

A avaliação é que o setor tem afetado o desempenho da economia brasileira, que ainda está crescendo pouco.

Mas, na direção oposta, o dólar mais caro no Brasil aumenta custos de empresas e pode gerar inflação. Diante disso, operadores passaram a esperar que o Banco Central atue para conter a escalada do dólar.

Na última sexta, o BC fez operações semelhantes à venda de moeda no mercado futuro, o que provocou uma desaceleração da alta.

Ontem, à uma plateia de empresários em São Paulo, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que a autoridade monetária vai intervir apenas quando detectar "disfuncionalidades" no mercado de câmbio.

"Sempre que detectarmos disfuncionalidades, atuaremos. Não porque o câmbio [está] andando temporariamente, porque houve agravamento da situação internacional. Isso faz parte do regime [de câmbio flutuante]."

Tombini reafirmou que a avaliação do BC é que a alta do dólar segue movimento internacional. Ainda assim, admitiu que há um repasse "moderado" dessa valorização para os preços no Brasil.

"Temos que aguardar para ver onde se estabiliza [a taxa de câmbio], para tecer considerações. Por enquanto, o fato é que o repasse tem diminuído e nós temos que aguardar", afirmou.

O presidente do BC adiantou ainda que, na últimas semanas, as concessões de crédito voltaram a ganhar fôlego e houve queda nas taxas de juros bancárias.

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