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Análise

Mesmo com medidas emergenciais, crescimento pode ficar abaixo de 3%

VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA

Apesar de o discurso oficial ainda ser de otimismo, o governo avalia reservadamente que, mesmo com as medidas emergenciais anunciadas na última segunda-feira, o crescimento brasileiro pode ficar abaixo de 3% em 2012.

Diante dessa avaliação, a meta da presidente é adotar novas ações que permitam pelo menos que o crescimento passe de 3%. "Vamos ficar felizes se passar disso", afirmou um assessor.

A equipe presidencial argumenta que as últimas medidas -corte de IPI de veículos, redução de IOF para crédito e de juros de empréstimos do BNDES- eram necessárias para evitar o pior, mas são pontuais e não vão provocar uma recuperação significativa da economia.

Para dar um impulso no ritmo do país, o governo discute como resolver dois entraves: endividamento das famílias e inadimplência.

Sem solucionar essas questões, técnicos avaliam que aumentar o volume de crédito não terá o efeito esperado, já que parte dos consumidores não estará em condições de fazer novos empréstimos.

Dentro do Planalto, a ordem é buscar garantir um crescimento na casa dos 3%, de preferência 3,5%, mas sem fazer "loucuras" que possam comprometer duas outras metas consideradas essenciais pelo governo para que a presidente Dilma termine bem o seu mandato em 2014.

Manter a inflação sob controle e garantir que o Banco Central continue reduzindo a taxa básica de juros.

A presidente tem dito a interlocutores que não perderá o controle sobre a inflação e que tentará fechar sua administração com uma taxa de juros de país desenvolvido.

Para o governo, deixar a inflação subir no segundo ano de mandato poria em risco a estabilidade econômica nos dois últimos anos de Dilma.

Na leitura de assessores, isso significa que, salvo um agravamento da crise econômica mundial, o governo não deve mexer profundamente na sua política fiscal para estimular a economia.

A prioridade, segundo auxiliares presidenciais, é dar espaço para o BC seguir reduzindo juros sem comprometer o controle da inflação.

Como o BC tem colocado em seus comunicados que a política fiscal restritiva tem peso fundamental para essa estratégia, o espaço para reduzir o superavit primário de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) é pequeno.

A redução do superavit para impulsionar o investimento público é defendido por setores do governo para retomar o crescimento em 2012.

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