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Após atuação do BC, dólar reverte alta e recua para R$ 2,03

Crise externa provocou saída de investimentos estrangeiros, o que levou à subida da moeda

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
MAELI PRADO
DE BRASÍLIA

Pelo segundo dia seguido, o Banco Central interveio no mercado de câmbio e conseguiu evitar a alta do dólar.

Ontem, a moeda americana chegou a subir a R$ 2,054, mas fechou com queda de 0,49%, a R$ 2,029, depois de o BC realizar uma operação equivalente à venda de dólares no mercado futuro.

Foi o terceiro dia seguido que o BC fez essa operação, mas o volume vendido foi menor do que nos anteriores (US$ 562,5 milhões).

A compra de dólares no mercado futuro é uma operação feita por empresários e investidores que precisam se proteger de uma alta da moeda. Para analistas, a demanda menor sinaliza uma confiança do mercado de que o BC tentará evitar que o dólar suba muito no curto prazo.

As incertezas do cenário externo e a desaceleração da economia brasileira tem provocado uma saída de investimentos estrangeiros do país. Isso fez o dólar subir nas últimas semanas, movimento que foi intensificado por medidas adotadas nos últimos meses pelo governo para reverter a valorização do real.

Dados divulgados ontem pelo BC, mostram que os efeitos da crise internacional sobre o Brasil se intensificaram em abril. Com a balança comercial mais fraca, o saldo negativo das transações do país com o exterior somou US$ 5,4 bilhões - pior resultado para um mês de abril da série histórica.

Dados preliminares indicam que o cenário se mantém ruim. Segundo o BC, os investidores retiraram US$ 5,2 bilhões do país em aplicações financeiras nas três primeiras semanas de maio, maior valor desde dezembro de 2008, logo após o estouro da crise financeira mundial.

"Está havendo uma saída expressiva de capitais, por conta do cenário externo adverso e da desaceleração da economia brasileira", nota Inês Filipa, economista-chefe da corretora Icap Brasil.

O superintendente de tesouraria do Banco Banif, Rodrigo Trotta, porém, diz que é cedo para falar em fuga de capitais.

Os dados do BC mostram também que o investimento produtivo (destinado a compra ou criação de empresas) sofreu queda de 18% no mês passado ante abril de 2011, chegando a US$ 4,6 bilhões. Em maio, até o dia 22, entraram no país só US$ 2,1 bilhões em investimento produtivo.

Fernando Rocha, chefe-adjunto do departamento econômico do BC, atribuiu essa queda ao bom desempenho do indicador no ano passado.

VIAGENS

A alta do dólar reduziu os gastos dos brasileiros com viagens no exterior pelo segundo mês consecutivo. Em abril, os turistas gastaram US$ 1,8 bilhão em outros países, queda de 7,6% em relação ao mesmo mês de 2011.

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