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Cachoeiragate

Braço político de Cachoeira diz ter relação do PT ao PSDB

Em fala à CPI, ex-vereador afirma que amizades incluem ministro da Justiça

Em tom de intimidação, tucano leu depoimento na comissão em que afirma conhecer 'muitas lideranças'

DE BRASÍLIA

O ex-vereador Wladimir Garcez, apontado como um dos braços políticos do grupo de Carlinhos Cachoeira, afirmou ontem à CPI que é amigo, conhece ou têm relações com membros do governo e com integrantes de PSDB, PT, PMDB e PSD.

A lista foi apresentada por Garcez, filiado ao PSDB e ex-presidente da Câmara de Goiânia, de forma espontânea, logo no início de sua fala, em tom de intimidação.

Ele começou citando José Eduardo Cardozo, que, como ministro da Justiça, é também chefe da Polícia Federal, a mesma que prendeu Garcez na Operação Monte Carlo -ele ainda não foi solto.

"Não sou delinquente, criminoso, tenho história e família. Conheço muitas lideranças neste país, a começar pelo ministro Cardozo.", disse.

Também afirmou ter amizade com Olavo Noleto, assessor do Planalto que já assumiu ter sido procurado por Garcez para negociar apoio do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) à campanha da presidente Dilma em 2010.

Garcez afirmou também ser "amigo e coordenador da campanha [a deputado, em 2002] do doutor Henrique Meirelles [ex-presidente do Banco Central, hoje no PSD]".

Disse ainda que conhece "desde criança" o ex-governador de Goiás Iris Rezende (PMDB), outro "amigo".

Em continuação, o tucano também afirmou ter emprestado uma casa para o senador Paulo Paim (PT-RS) passar uns dias com a família em Três Ranchos (GO).

No depoimento, lido, Garcez disse que nunca tratou com os citados de atos ilícitos.

Cardozo e Meirelles negaram relação pessoal com Garcez. O segundo disse que o ex-vereador fazia contatos políticos em sua campanha.

Noleto disse apenas ter sido chefe de gabinete na Prefeitura de Goiânia na época em que o tucano comandava o Legislativo local.

Iris Rezende não foi localizado. Paim confirmou ter pernoitado na casa, ofertada pela Câmara de Goiânia.

Após sua fala inicial, Garcez se manteve em silêncio na maior parte da sessão. Outros integrantes do grupo de Cachoeira, Jairo Martins de Souza e Idalberto Araújo, o Dadá, também se calaram.

A CPI marcou para terça a votação dos pedidos de quebra dos sigilos bancário e fiscal do comando nacional da Delta e de convocação dos governadores suspeitos de envolvimento com o grupo.

Congressistas também pediram à Justiça o bloqueio dos bens da Delta e a nomeação de um interventor.

(ANDREZA MATAIS, JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, LEANDRO COLON E BRENO COSTA)

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