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CACHOEIRAGATE CPI convoca Perillo e Agnelo, mas poupa governador do RJ Requerimento relativo a Sérgio Cabral (PMDB) foi derrotado por 17 votos a 11 Divisão na base aliada possibilitou aprovação dos depoimentos do tucano e do petista, ainda sem data marcada ANDREZA MATAISERICH DECAT RUBENS VALENTE DE BRASÍLIA Um racha na base aliada fez com que a CPI do Cachoeira aprovasse ontem a convocação dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF). Já o pedido para ouvir Sérgio Cabral (PMDB-RJ) foi rejeitado. O PMDB, aliado do PT, articulou os 16 votos pela convocação de Agnelo, com o apoio de PP, PR PSC, PSB, PDT e da oposição. Doze parlamentares votaram contra. O depoimento de Perillo foi aprovado por unanimidade. A CPI não marcou data para ouvir os governadores. Segundo a Polícia Federal, Perillo recebeu R$ 1,4 milhão de Carlinhos Cachoeira pela venda de uma casa e nomeou funcionários a pedido do empresário, preso sob a acusação de comandar um esquema de jogo ilegal. Agnelo, diz a PF, também teve assessores corrompidos pelo grupo de Cachoeira. Tanto o petista quanto o tucano negam irregularidades. A ação do PMDB foi interpretada no PT como um troco pelo fato de o partido ter apoiado a ampliação da quebra dos sigilos fiscal e bancário da Delta. A empreiteira é suspeita de se beneficiar da relação de um de seus diretores com Cachoeira. Vários políticos do PMDB são próximos a Fernando Cavendish, presidente licenciado da Delta. CABRAL No caso do governador do Rio, foram 17 votos contrários à sua convocação e 11 favoráveis. Os tucanos deram três dos seus cinco votos contra, atendendo a um apelo do senador Aécio Neves (PSDB-MG). PT e PMDB votaram fechados para blindar o governador. Cabral teve sua relação com Cavendish exposta em fotos tiradas em Paris. O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), flagrado há alguns dias mandando torpedo para Cabral no qual disse "você é nosso e nós somos teu", se ausentou na votação. No final, o relator, Odair Cunha (PT-MG), justificou as decisões da CPI. "Há indícios mais contundentes no que diz respeito aos dois governadores [Agnelo e Perillo]. É claro que há nível diferente de envolvimento com a organização criminosa. O governador Perillo é muito mais evidente. O Agnelo é menos". A CPI também aprovou ontem a quebra dos sigilos fiscal, bancário, telefônico e dos emails de uma empresa que tem entre seus sócios o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende dois investigados pela comissão: Perillo e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). Trata-se da Data Traffic, que recebeu R$ 30 milhões do governo entre 2010 e 2012 em contratos com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Em diálogos interceptados pela PF, a empresa foi citada várias vezes por integrantes do esquema de Cachoeira. A CPI ainda aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e do e-mail do senador Demóstenes Torres desde 2002. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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