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Lula diz que tem que se precaver contra rivais

Em meio a uma polêmica com Gilmar Mendes, petista afirma que precisa 'tomar cuidado' com quem não gosta dele

A estratégia do ex-presidente é evitar um bate-boca público; ontem, ele recebeu uma homenagem de Dilma

Sérgio Lima/Folhapress
Após almoçarem juntos, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff deixam o Palácio da Alvorada em Brasília
Após almoçarem juntos, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff deixam o Palácio da Alvorada em Brasília

BRENO COSTA
KELLY MATOS
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

Em meio a uma disputa pública com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, o ex-presidente Lula disse ontem ter de "tomar cuidado" em relação a "uma minoria" que não gosta dele. No mesmo dia, recebeu afagos da presidente Dilma Rousseff.

Em Brasília para participar de um evento da ONU, Lula iniciou o discurso dizendo, sem citar nomes, que os que não gostam dele "estão aí, né, no pedaço". "Você sabe que tem muita gente que gosta de mim, mas tem algumas que não gostam. Eu tenho que tomar cuidado contra essas [pessoas]. São minoria."

A polêmica entre Lula e Mendes começou após a divulgação de um encontro entre eles em abril, no escritório de Nelson Jobim, ex-ministro de Lula e do STF. Mendes disse que Lula sugeriu adiamento do julgamento do mensalão em troca de blindagem na CPI do Cachoeira. Lula e Jobim negam essa versão.

Anteontem, Mendes voltou à carga dizendo que o objetivo de Lula é jogar suspeitas sobre o STF e "melar" o processo do mensalão.

Em sua fala ontem, Lula também fez críticas à imprensa ao falar da criação do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

"Diziam que era assistencialismo, demagogia, 'tá incentivando o pobre a ser preguiçoso, e ter mais filho', numa demonstração de que para ser um bom jornalista não é preciso ficar com a bunda na cadeira. Mas ir para rua ver como vive o pobre", disse o ex-presidente à Plateia.

"Eles não sabiam que tem catador de papel que são mais formadores de opinião publica que alguns pseudo-sabidos aparecem na televisão ou escrevem nos jornais", completou.

Pela manhã, a presidente Dilma Rousseff aproveitou um evento no Palácio do Planalto para fazer uma espécie de desagravo a Lula.

"As pessoas nos lugares certos e na hora certa, elas mudam os processos e transformam a realidade. E por isso eu queria, de fato, aqui, fazer uma homenagem especial ao presidente Lula", disse ela.

Neste momento, a plateia levantou-se e entoou um "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula". Dilma almoçou depois com o ex-presidente.

A Folha apurou que Lula disse no encontro que vai se "resguardar" da polêmica. Afirmou, ainda, que ainda está tentando entender a motivação do ministro do Supremo em divulgar, após um mês, sua interpretação da conversa da forma que fez.

Petistas têm consultado o ex-presidente sobre como agir. Por ora, a ordem é não reavivar a controvérsia.

Pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, o ex-governador José Serra disse que o atrito entre Lula e Mendes afetou a "estabilidade institucional" e criou "um problema entre as instituições do Brasil".

Colaborou DANIELA LIMA, de São Paulo

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