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Deputado perde a calma na CPI e ataca os próprios colegas

GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

As constantes explosões de fúria do deputado Sílvio Costa (PTB-PE) já lhe renderam, entre os colegas, o apelido de "fio desencapado" da CPI do Cachoeira.

Em seu último momento raivoso, na semana passada, Costa investiu contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), a quem chamou de "hipócrita" e "membro de quadrilha", após ele ter ficado em silêncio durante depoimento na CPI.

Os ataques levaram o senador Pedro Taques (PDT-MT) a pedir o encerramento da sessão. Costa então desviou sua ira para o senador e, com o dedo em riste, desferiu palavrões contra Taques.

A atitude não surpreendeu os colegas, conhecedores do histórico do parlamentar.

Na véspera do depoimento, alguns parlamentares, entre os quais o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), já especulavam que o colega "aprontaria" na sessão com Demóstenes.

"Isso é típico dele", afirmou Araújo.

Duas semanas antes, Costa já havia trocado farpas com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) sobre a convocação de governadores à CPI. Também não poupou o colega de partido Fernando Collor de Mello (PTB-AL), a quem acusou de agir com "revanchismo" por defender a convocação do jornalista da "Veja" Policarpo Jr. e do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

A crítica teria levado Collor a se queixar com o presidente do PTB, Roberto Jefferson, da conduta do aliado.

Mesmo com o desentendimento interno, Jefferson saiu em defesa do deputado no episódio contra Demóstenes: "Sílvio jogou na cara do senador o que os brasileiros gostariam de dizer", afirmou.

Costa também não poupou Carlos Cachoeira, acusado pela polícia de comandar um esquema de jogo ilegal, e ironizou as atividades do empresário: "Era um shopping center. O produto que quisesse ele tinha para vender."

Esse é o mesmo Costa que defendeu, no ano passado, a legalização dos jogos de bingos no país. "Quem é contra a legalização dos bingos é a favor da contravenção. Os bingos existem e isso é um fato", afirmou à época.

O estilo já lhe rendeu até processo do ex-colega Raul Jungmann (PPS-PE). Costa teria chamado Jungmann de corrupto a uma rádio.

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