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Cachoeiragate

Jornalista cita outro pagamento de Perillo ligado a Cachoeira

Bordoni, que fez campanha para o governador de Goiás, diz que recebeu R$ 40 mil de mais uma empresa suspeita

Dias atrás, ele citou ter ganho de suposta firma fantasma; valores não batem com prestação de contas do tucano

Sebastio Nogueira/"O Popular"
O governador Marconi Perillo durante cerimônia em Goiás
O governador Marconi Perillo durante cerimônia em Goiás

DE BRASÍLIA

O jornalista Luiz Carlos Bordoni, que trabalhou para a campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) em 2010, disse à Folha que recebeu R$ 40 mil de uma segunda empresa ligada ao grupo de Carlinhos Cachoeira, além de R$ 10 mil, em dinheiro vivo, do tesoureiro da campanha, Jayme Rincon.

Esses pagamentos são partes dos R$ 170 mil que Bordoni diz ter recebido por ter feito a campanha em rádio de Perillo. A Justiça Eleitoral, no entanto, registra despesas de apenas R$ 33 mil em favor da firma que Bordoni se associou para prestar o serviço.

Bordoni virou personagem central das suspeitas contra Perillo, alvo da CPI do Cachoeira, após dizer que um dos pagamentos por seu trabalho (R$ 45 mil) foi depositado na conta de sua filha pela empresa Alberto e Pantoja.

Segundo a Polícia Federal, a Pantoja é de fachada. Seria usada pelo grupo de Cachoeira para receber dinheiro da Delta Construções e repassar os valores para terceiros.

Anteontem, Bordoni afirmou ter recebido outros R$ 40 mil em espécie do próprio Perillo. Ontem, ele fez a cronologia de todos os pagamentos que diz ter recebido.

Em abril de 2010, diz, ele se reuniu com Perillo no escritório do tucano. Um dos advogados da campanha estava presente. Foi quando Bordoni diz ter apresentado uma proposta de R$ 200 mil pelo serviço de rádio.

Perillo, sempre segundo o jornalista, escreveu num papel sua contraproposta: R$ 120 mil mais R$ 50 mil em caso de vitória. Bordoni aceitou. "Eu preciso achar o papel que ele escreveu com a mãozinha esquerda dele", disse. Uma vereadora de Goiânia teria testemunhado.

Cerca de quatro meses depois (ele não se lembra se em agosto ou julho), Perillo teria feito pessoalmente a entrega de R$ 40 mil para que Bordoni atuasse na campanha.

Depois da eleição, Rincon, o tesoureiro, entregou mais R$ 10 mil em espécie. Após isso, foram pagos os R$ 33 mil registrados na Justiça.

"Eu me lembro que estava arrumando malas, pois estava mudando para a Bahia. Pensei que ele fosse me dar até mais dinheiro, que eu estava precisando."

Bordoni diz que o restante combinado, cerca de R$ 90 mil, foram pagos por meio das empresas ligadas a Cachoeira. Além da Pantoja, ele cita a Adécio e Rafael.

A Adécio é citada em uma das gravações da Operação Monte Carlo e investigada na Saint Michel, que apura ramificação do esquema de Cachoeira no Distrito Federal.

O Ministério Público suspeita que essa empresa também seja de fachada.

Bordoni diz que na campanha de Perillo ao Senado, em 2006, também recebeu R$ 10 mil em dinheiro das mãos de um assessor. "Ele também ficou me devendo naquela campanha", diz. Bordoni não aparece na prestação de contas de Perillo daquele ano.

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