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Cachoeiragate

Tucanos recorrem à base do governo para blindar Perillo na CPI

Depois de acenar para o PT, PSDB apela para o PMDB a fim de restringir temas no depoimento do governador

Enquanto não há acordo, no entanto, petistas e tucanos preparam munição para possível confronto

CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA

Preocupado com o impacto na imagem do partido, o PSDB recorreu à base do governo Dilma na tentativa de blindar o governador de Goiás, Marconi Perillo, amanhã em seu depoimento à CPI do Cachoeira. Após acenar com um pacto de não agressão ao PT, que na quarta terá o governador Agnelo Queiroz (DF) na comissão, o tucanato apelou para o PMDB.

Ainda sem sinal de acordo entre os dois, PT e PSDB buscam munição para um confronto. Segundo integrantes da CPI, apesar de dividido sobre sua atuação, o PT tende a ir para o ataque. Assessores do relator, Odair Cunha (MG), se dedicavam à coleta de material contra Perillo.

O tucano Fernando Francischini (PR), por sua vez, passou o feriado em Brasília para se preparar para o depoimento de Agnelo. Os dois partidos só baterão o martelo sobre a estratégia na tarde de hoje. Qualquer que seja o desfecho, não há como conter todos os membros da CPI.

Já o PMDB tende a concordar com a adoção de um tom leve, mesmo tendo que controlar deputados que têm Agnelo e Perillo como desafetos.

"Estou fora do país para escapar de telefonemas. Mas tentarei ser justo", disse Luiz Pitiman (PMDB-DF), que foi exonerado por Agnelo.

Com participação do senador Aécio Neves (PSDB), o senador Cássio Cunha Lima e o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo, atuaram na operação para a blindagem de Perillo, que vai procurar membros da CPI hoje. "Queremos um ambiente de civilidade", disse Cunha Lima.

No PT, o deputado Cândido Vacarezza é um dos que defendem que a investigação se restrinja à organização criminosa. "Perillo comprou a casa com o dinheiro do Cachoeira? Se sim, a CPI deve investigar. Se não, não é problema nosso", disse ele, reconhecendo que o clima deverá ser de polarização.

A voracidade do PT pode aumentar caso Perillo se apresente como alvo de revanche do PT por causa do mensalão. "Ele vai querer usar o mensalão politicamente. E o PT vai perguntar tudo que está no inquérito", avisou o vice-presidente da CPI, Paulo Teixeira (PT).

Além de denúncias contra Perillo, o PT trabalhará para limitar o depoimento de Agnelo aos temas da CPI, poupando-o de questões sobre a Anvisa. "Poucos se dedicaram à passagem dele pela Anvisa. Daí podem sair surpresas", ameaça Francischini.

Advogado de Agnelo, Luís Carlos Alcoforado diz que "não há possibilidade de o governador recorrer ao direito de ficar em silêncio".

Colaboraram ERICH DECAT e KELLY MATOS, de Brasília

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