Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Análise

Sem rumo, CPI perde importância e se degrada em guerra de claques

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Quando o governador de Brasília, Agnelo Queiroz, do PT, disse ontem à CPI do Cachoeira que abriria mão de seus sigilos bancário e fiscal, a bancada governista o aplaudiu. No dia anterior, quando o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, fez declarações assertivas, também recebeu aplausos de congressistas tucanos e do DEM.

Como um programa de auditório, a CPI se transformou em uma guerra de claques. É natural que uma CPI seja palco para embates políticos. Afinal, é um julgamento de conotação política.

Mas se os investigadores aplaudem seus investigados durante os depoimentos, aí torna-se mais explícita a pouca disposição para saber o que se passou no esquema de Carlos Cachoeira. A investigação fica sem rumo, degrada-se e perde a importância.

A CPI do Cachoeira tem uma característica própria: toda a investigação veio pronta da Polícia Federal e do Ministério Público. Deputados e senadores já não são investigadores de ofício. Desta vez, acomodaram-se ainda mais. Nas sessões, não houve perguntas surpreendentes.

Nesse cenário confortável, nada mais conveniente do que reduzir tudo a um concurso de auditório, para ver quem aplaude mais quando seu aliado está no palco.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.