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CACHOEIRAGATE

CPI avança sobre Perillo e Agnelo, mas poupa Delta

Convocação de dono da empresa foi derrotada após união de PT e PMDB

Governadores tiveram sigilo quebrados por período de 10 anos, mas cerco de base aliada sobre tucano foi maior

ANDREZA MATAIS
ERICH DECAT
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

No dia mais tenso desde a sua criação, a CPI do Cachoeira aprovou ontem a quebra, por um período de dez anos, dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF).

Em maioria na comissão, porém, os governistas promoveram um cerco maior ao tucano, que teve cinco pessoas ligadas a ele convocadas.

PT e PMDB também se uniram para impedir que a CPI chamasse o dono da Delta, Fernando Cavendish, e o ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot.

Em resposta às manobras, a oposição ameaçou deixar a CPI e houve um racha na base aliada.

A empresa de Cavendish é acusada pela Polícia Federal de ser o braço financeiro do esquema de Carlinhos Cachoeira, e suspeita de repassar dinheiro para campanhas.

Pagot era o responsável pelo Dnit quando a Delta assinou grande parte dos contratos com o governo.

Em entrevistas, ele contou que existia um esquema de "caixa dois" para o PSDB e que, a pedido da campanha de Dilma em 2010, arregimentou empresas que faziam obras para o Dnit para levantar recursos.

Ele se colocou à disposição para falar, mas o pedido foi negado por 17 votos a 13.

No caso de Cavendish, a convocação foi derrubada por 16 votos a 13.

Os resultados referendaram a proposta do relator, Odair Cunha (PT-MG) para que os depoimentos fossem adiados por tempo indeterminado.

PT e PMDB votaram fechados com o relator, seguindo um acordo feito na madrugada pelas legendas.

O roteiro foi cumprido, mas a base aliada rachou: seis governistas (de PDT, PTB e PSD) apoiaram as convocações. O líder do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE), ameaçou abandonar a CPI.

"Se essa comissão se portar da forma como vem fazendo, é melhor passar a chave e irmos cuidar de outras coisas". O senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que a CPI está sendo transformada em "café com leite".

GOIÁS

Entre as cinco pessoas ligadas a Perillo estão o jornalista Luiz Bordoni, que diz ter recebido por trabalhos à campanha do tucano de uma empresa do esquema de Carlinhos Cachoeira, e Lúcio Fiuza, ex-assessor de Perillo.

Ninguém ligado a Agnelo Queiroz foi alvo de pedidos.

O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), rejeitou receber requerimento do PSDB que pedia explicações à presidente Dilma Rousseff sobre os contratos da Delta com o governo.

A tentativa dos tucanos foi em retaliação ao PT, que tenta convocar o ex-governador e pré-candidato a prefeito José Serra (PSDB) para explicar os contratos da Delta em São Paulo.

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