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Eleições 2012

Erundina compara eleição a luta de classes

Vice de Haddad defendeu a implantação do socialismo no país; 'É em nome dessa utopia que estamos aqui'

Aos 77 anos, deputada criticou a imprensa e prometeu energia na campanha; 'É a jovem Luiza', retribuiu petista

Fábio Braga/Folhapress
Erundina em ato no qual foi anunciada vice na chapa de Haddad, que, ao fundo, cumprimenta Eduardo Campos (PSB-PE)
Erundina em ato no qual foi anunciada vice na chapa de Haddad, que, ao fundo, cumprimenta Eduardo Campos (PSB-PE)

BERNARDO MELLO FRANCO
DIÓGENES CAMPANHA
DE SÃO PAULO

Ao ser anunciada candidata a vice-prefeita de São Paulo na chapa de Fernando Haddad (PT), a deputada Luiza Erundina (PSB) comparou ontem a eleição de São Paulo à luta de classes e disse que defenderá os pobres no embate com José Serra (PSDB).

A ex-prefeita também prometeu buscar o apoio da senadora Marta Suplicy (PT-SP), que faltou a mais um ato da campanha petista.

Em discurso de forte teor ideológico, Erundina prometeu retomar o projeto "democrático e popular" iniciado com sua eleição em 1988, quando ainda era do PT.

"A sociedade de classes continua tão forte, conflitante, contraditória e antagônica como sempre esteve."

Ela defendeu a implantação do modelo socialista no país, disse que a classe trabalhadora não deve disputar apenas "espaço de poder no Estado burguês" e afirmou que percorrerá "favelas e cortiços" para pedir votos.

"É o socialismo que garante a realização plena do ser humano. É em nome dessa utopia que estamos aqui."

A ex-prefeita também criticou os meios de comunicação brasileiros e elogiou o governo de Cristina Kirchner na Argentina -que, segundo ela, "avançou significativamente no enfrentamento aos poderosos da mídia".

Haddad, que discursou em seguida, exaltou a escolha da vice. "É um quadro que consegue perceber com muita nitidez as ameaças do obscurantismo que estão sempre espreitando esse país."

Muito aplaudida pelos petistas, Erundina prometeu assumir as negociações com Marta, que queria disputar a prefeitura e foi forçada pela cúpula do PT a desistir.

"Esperamos que a Marta se some a nós. Se o partido e o candidato me permitirem, vou procurá-la pessoalmente, porque somos amigas e precisamos estar juntas nessa tarefa histórica", afirmou.

Mais tarde, em entrevista, ela disse que Marta "é uma mulher que lida com a psicologia humana, com as emoções, e certamente lida melhor do que os outros com suas próprias emoções e dificuldades". Haddad riu.

Em tom bem humorado, Erundina disse ser nordestina e "cabeça chata" como o ex-presidente Lula, que não participou do ato público por recomendação médica.

A ex-prefeita reclamou de "perseguições e boicotes" à sua gestão, mas não mencionou os conflitos que enfrentou no PT. Ela jurou não guardar mágoas do partido, que deixou em 1997. "Mudei de casa na mesma rua. Não mudei de lado", disse.

Aos 77 anos, a deputada elogiou a juventude de Haddad, 49, e se emocionou ao prometer vigor na campanha. "A política é apaixonada e apaixonante. Isso independe de idade, porque o amor também não depende de idade."

"A Erundina nunca parou de se renovar. É a jovem Luiza", retribuiu Haddad.

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