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Análise

'Micos' ofuscam as boas notícias recentes para o candidato petista

VERA MAGALHÃES
EDITORA DO PAINEL

O pragmatismo político de Lula acabou impondo ao "homem novo para um tempo novo", Fernando Haddad, um desgaste desnecessário numa semana que deveria ser coroada de boas notícias.

Alheio às negociações da própria campanha, justamente por ser neófito, Haddad pouco opinou sobre as tratativas que o levaram a aparecer visivelmente constrangido em fotos ao lado do nada novo Paulo Maluf (PP).

Também ficou vendido na reviravolta que, em cinco dias, lhe tirou a vice dos sonhos, Luiza Erundina. O comando da campanha chegou a tranquilizá-lo de que o mal-estar com a deputada seria contornado e ela ficaria.

Se tivesse mais voz ativa na própria campanha, Haddad teria preferido Erundina ao aperto de mão a Maluf. Mais: se fosse levado a sério, o próprio slogan criado por João Santana levaria o PT a repensar a foto desde já histórica.

Assim, os micos da semana acabaram sobrepujando as boas notícias para o petista: o fato de ter mais que dobrado sua intenção de votos na pesquisa Datafolha, chegando a 8%, e de ter conseguido o apoio de três partidos depois de meses de voo solo.

É verdade que o 1min30s de televisão do PP pode ajudar a tornar conhecido esse "homem novo". Resta saber se o símbolo do aperto de mão a Maluf e o controle de Lula sobre sua criatura não vão criar um ruído entre a imagem de renovação e aquela que Haddad transmitirá ao eleitorado.

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