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Eleições 2012

Maluf levou cargo, não dinheiro, diz Gilberto Carvalho

Secretário-Geral da Presidência admite que negociação para apoio a Haddad envolveu nomeação no governo federal

Para o tucano José Serra, que também queria fazer aliança com o PP, 'é a população que tem que julgar'

FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse ontem que o cargo entregue pelo governo a um aliado de Paulo Maluf fez mesmo parte da negociação pelo apoio do PP à candidatura de Fernando Haddad (PT) a prefeito de São Paulo.

Osvaldo Garcia foi nomeado para a Secretaria de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, já comandado pelo PP, com o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB).

"Houve uma troca [de cargos], como tem havido em qualquer negociação. Não houve dinheiro", disse Carvalho. "Assim como nós aceitamos o apoio do PP no governo federal, é natural que houvesse uma aproximação com o PP paulista".

A aliança do PT com o PP em São Paulo foi fechada anteontem na casa de Maluf, com a presença do ex-presidente Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, além de malufistas históricos, como o vereador Wadih Mutran (PP).

Sobre a proximidade com Maluf, Carvalho declarou: "Não acho que seja uma catástrofe. Se o PP assina a proposta [de governo do PT], não vejo problema".

DIFERENÇAS

Maior adversário de Haddad na disputa, José Serra (PSDB) evitou falar muito sobre a aliança PT-PP. "É a população que tem que julgar", afirmou. "O PSDB tem um tempo suficiente de televisão. Não vale tudo para aumentar isso." Até então, o PSDB disputava o apoio do PP.

Outros tucanos foram mais enfáticos. O presidente nacional da sigla, deputado Sérgio Guerra (PE), disse que o acordo mostra que Lula "tem andado muito ruim da cabeça". A declaração foi dada em Manaus, no lançamento da pré-candidatura do ex-senador Arthur Virgílio à prefeitura.

Para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), a aliança PT-Maluf "desconstrói o discurso de faxina" do governo. "No momento em que o governo federal se dispõe a fazer esse tipo de concessão em troca de apoio político, essa discussão de faxina fica muito frágil." O episódio, disse, mostra que o discurso do PT "não é coerente com a prática".

Os petistas minimizaram. A ministra Ideli Salvati disse que "qualquer apoio é sempre bom". "O mais importante é o programa de governo de Haddad". Na mesma linha foi o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz: "O programa de governo não será descaracterizado."

Colaboraram EDUARDO GERAQUE, enviado ao Rio, GABRIELA GUERREIRO, de Brasília, e KÁTIA BRASIL, de Manaus

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