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Eleições 2012 Lula passou do limite ao aceitar apoio de Maluf, diz Erundina Para deputada, tempo de TV é importante, mas não a ponto de sacrificar a imagem e os princípios do partido Aliança para campanha de Haddad só favorece pepista, que usa o PT para se 'higienizar', defende Erundina
SÉRGIO LIMA DE BRASÍLIA A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) afirmou ontem que o ex-presidente Lula "passou dos limites" ao aceitar apoio de Paulo Maluf (PP-SP) para ampliar o tempo de TV de Fernando Haddad (PT) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Para ela, a união só favorece Maluf, que usa o PT para se "higienizar". A aliança dá 1 minuto e 35 segundos a mais para o PT no horário eleitoral da TV, além de 112 propagandas de 30 segundos no meio da programação. Para justificar o abandono da vice, Erundina disse que não pode estar no mesmo palanque de Maluf. A deputada afirmou que não guarda mágoa, mas ainda não conversou com Lula sobre o embarque de Maluf na campanha. Para ela, o petista deve ter se arrependido. "Lula é sensível, é intuitivo. A essa altura, já deve ter percebido o fora que deu." E completou: "Foi um preço alto por uma coisa muito pequena. Acho importante o tempo de TV, mas não ao ponto de sacrificar a imagem, a história e os princípios". O estopim para a saída de Erundina foi a foto de Maluf, Lula e Haddad juntos, tirada após a confirmação do apoio. "Ele [Maluf] se higieniza ao lado de forças que não têm nada a ver com o malufismo." Segundo a deputada, o apoio deveria ter sido fechado de forma institucional, em um diretório, e não expresso na figura de Maluf, que considera morto politicamente. Ela disse que, após ser indicada pelo PSB para a vice, o partido foi informado das tratativas com o PP. No domingo, após se reunir com movimentos sociais e identificar resistência a Maluf, Erundina procurou Haddad. No encontro, disse que estava incomodada com aproximação do PP. Haddad teria dito que "não tinha nada certo". Um dia depois selou o apoio com uma feijoada. A deputada sustentou que o evento surpreendeu a ela e ao comando do PSB. "O retrato foi uma traição aos princípios". Questionada se não seria contraditório ficar na campanha, ela disse que não pode reduzir o projeto de Haddad a Maluf e que sua neutralidade beneficiaria o candidato do PSDB, José Serra. O PT tem outra versão. Diz que, avisada, Erundina tratou com naturalidade o namoro com o PP. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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