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Barreiras comerciais da Argentina reduzem interesse de empresários

DE SÃO PAULO

A Argentina, terceiro país que mais compra do Brasil, atrás de EUA e China, intensificou as barreiras comerciais. A partir deste ano, as empresas devem avisar ao governo o que querem importar e aguardar uma autorização.

Sem esperanças em uma mudança, empresários brasileiros buscam outros mercados. "Não vemos solução. Ano passado estava ruim, mas agora ficou pior", diz Solange Isidoro, da Abicab, associação do setor de chocolate, cacau, amendoim e balas.

Isidoro conta que no início de 2011 o governo argentino passou a atrasar as licenças para livre circulação de doces importados do Brasil. Os produtos entravam no país, mas apodreciam nos armazéns.

Em 2012, com as novas barreiras, as exportações do setor para lá já caíram 24%. A Argentina, antes o principal comprador de doces sem ser chocolate, perdeu o posto para os EUA. As vendas para os americanos sobem 59%.

Na indústria de móveis, a situação é parecida. Ivo Cansan, que representa o setor no Rio Grande do Sul, conta que o volume de vendas do Brasil para Argentina caiu 60% em menos de três anos.

Ele considera o governo brasileiro passivo e não vê solução de longo prazo. "Meu lema é: esquecer a Argentina e buscar novos rumos".

A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, reconhece que a situação é preocupante, mas argumenta que a negociação requer cuidado: "A Argentina é muito importante para nossos manufaturados. Precisamos ter um bom relacionamento."

Marcelo Elizondo, da consultoria argentina de comércio exterior DNI, diz que o governo aumenta as barreiras na tentativa de contornar a perda de competitividade nacional devido à inflação alta. A taxa acumulada em 12 meses está em 25%, segundo estimativas extraoficiais.

Sem acesso ao mercado externo de crédito, desde que suspendeu os pagamentos de sua dívida em 2002, a Argentina depende do comércio exterior para se financiar e tentar controlar a saída de dólar.

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