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Disputa em Recife opõe PT a Eduardo Campos

Governador leva PMDB para frente contra PT, que ameaça recorrer a Lula para dar o troco

CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA

A disputa pela Prefeitura de Recife acirrou ontem a crise entre o PT e o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Aliado histórico do ex-presidente Lula, Campos foi acusado, durante reunião do Diretório Nacional do PT, de apunhalar o padrinho político ao sacramentar aliança com o PMDB, de Jarbas Vasconcelos, contra os petistas na capital.

Irritado, o PT ameaça dar o troco, com a participação de Lula em Pernambuco contra Campos.

Há 12 anos, o PT administra Recife em aliança com o PSB. Para este ano, no entanto, Campos reuniu 15 partidos em apoio ao candidato do PSB, Geraldo Júlio, isolando o PT.

Presidente nacional do PT, o deputado Rui Falcão afirmou que Campos "adotou uma postura contraditória com que vinha ocorrendo em Recife até agora" e tenta se afirmar em cima do PT.

"Depois das eleições municipais, vamos ver como vai ser o caminho para 2014", afirmou Falcão.

O presidente do PT citou ainda a divergência com o governador do Ceará, Cid Gomes, também do PSB.

"O PSB em Fortaleza rompeu a frente conosco por preferir uma candidatura que, a meu ver, não unifica. Em Pernambuco, a mesma coisa".

Questionado se esse é indício de que Campos pretende concorrer à Presidência, Falcão afirmou:

"É indício que eles querem se afirmar em alguns lugares, principalmente no Nordeste, em cima do PT".

Outros dirigentes do PT também reclamaram: o secretário de Comunicação do partido, André Vargas (PR), lembrou que Jarbas é um dos maiores desafetos de Lula.

"Tem uma hora que a esperteza come o dono", disse.

CANDIDATURA

O diretório do PT negou, por 49 votos a 19, recurso do prefeito João da Costa para disputar a reeleição em Recife e confirmou a indicação do senador Humberto Costa. Em seu discurso, Costa disse que Lula contava com apoio de Campos à sua candidatura.

O próprio Humberto contou ter conversado três vezes ao telefone com o governador, que teria dito a Lula que não faria objeção à escolha de seu nome.

Segundo participantes da reunião, Humberto pediu a participação intensa de Lula e da presidente Dilma Rousseff e condicionou a sua candidatura a aporte financeiro. Procurado, ele negou ter feito a exigência.

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