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Ex-agente repete relato à Comissão da Verdade

Cláudio Guerra confirmou ter participado de mortes e desaparecimentos na ditadura

DE BRASÍLIA

A Comissão da Verdade ouviu ontem o delegado capixaba Cláudio Guerra, ex-agente do Departamento de Ordem Político e Social que afirmou ter participado da morte e do desaparecimento de vítimas da ditadura (1964-85).

Segundo o coordenador da comissão, Gilson Dipp, Guerra confirmou as declarações dadas ao livro "Memórias de uma Guerra Suja", dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros. Entre outros atos, ele disse que levou dez corpos para serem queimados no forno de uma usina de açúcar em Campos (RJ).

Dipp afirmou que pessoas citadas por Guerra também devem ser chamadas. "Ele sugeriu alguns nomes que podem nos dar esclarecimentos a mais", afirmou.

No livro, Guerra diz ter participado das mortes do delegado Sérgio Fleury e do jornalista Alexandre Von Baumgarten. Ele afirma ter decidido fazer as confissões após virar pastor evangélico.

Guerra também é acusado de outros crimes, como o de assassinar a própria mulher. Trechos de seu relato foram considerados fantasiosos por historiadores. Há casos contados de forma diferente por outros agentes da ditadura.

Dipp disse que o tenente-coronel reformado Paulo Malhães, 74, também deve ser chamado. Ao jornal "O Globo", Malhães detalhou a rotina de uma casa de detenção clandestina em Petrópolis (RJ) durante a ditadura. Cinco jacarés e uma jiboia teriam sido usados na tortura.

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