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Cachoeiragate

Relator da CPI diz que Perillo mentiu sobre compra de casa

Grampos indicam que empresário decorava imóvel que ainda era de governador

Arquiteto diz que foi contratado por mulher de Cachoeira e que mais de R$ 500 mil foram gastos na decoração

DE BRASÍLIA

O empresário Carlinhos Cachoeira já morava na casa que pertencia ao governador Marconi Perillo (PSDB-GO) antes mesmo da oficialização da venda do imóvel pelo tucano e chegou a gastar mais de R$ 500 mil em sua decoração.

As informações reforçam a suspeita de que o imóvel foi vendido a Cachoeira, versão que Perillo nega, e foram reveladas ontem à CPI do Cachoeira pelo arquiteto Alexandre Milhomem e pelo relator Odair Cunha (PT-MG), que apresentou áudios inéditos do caso.

"Ninguém gasta um volume de recursos significativo numa casa emprestada, ainda que para passar um tempo", disse Cunha (PT-MG), que afirmou, após o depoimento, que Perillo "com certeza" mentiu à CPI.

Em testemunho à comissão, Perillo disse que nunca fez negócios com Cachoeira. Ele sustenta que vendeu a casa para o empresário Walter Paulo Santiago, de Goiânia.

Cachoeira não aparece nos registros oficiais da venda do imóvel. Na escritura, consta o nome de uma empresa administrada por Santiago.

Mas duas novas gravações feitas pela PF e apresentadas pelo relator e reforçam o elo do empresário com o imóvel.

Gravadas em maio de 2011, elas mostram que o empresário já tinha poderes suficientes para tratar da decoração da casa que ainda pertencia oficialmente a Perillo.

Em uma delas, em 3 de maio, Cachoeira diz ao arquiteto que vai decorar o imóvel. A conversa ocorreu um dia após Perillo compensar o último de três cheques recebidos pela venda da casa, no valor de R$ 1,4 milhão.

O arquiteto disse que foi contratado por Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, para decorar a casa e que ela "deixou bem claro" que era temporário.

Segundo o arquiteto, Cachoeira gastou R$ 550 mil com a decoração. Milhomem diz ter recebido R$ 50 mil. Desse valor, pelo menos R$ 10 mil vieram da construtora Delta, por meio de uma empresa-fantasma.

O governador de Goiás negou ter mentido à CPI e reafirmou que não vendeu sua casa para Cachoeira.

Em nota, a assessoria de Perillo diz que os depoimentos anteriores deixaram claro que "o imóvel foi ocupado a partir de agosto de 2011", após o pagamento.

Perillo afirma que, em março de 2011, entregou as chaves da casa para Garcez, com quem iniciou a negociação para a venda do imóvel e de quem recebera os cheques.

O tucano não comentou o fato de a casa ter sido decorada antes da venda.

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