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Em 2º, Russomanno cresce com espaço na TV

Pré-candidato do PRB tem quadro de apelo popular em programa da Record, emissora ligada ao seu partido

Ex-aliado de Maluf, apresentador nega uso de TV em seu favor e diz que aparece muito porque dá audiência

RODRIGO VIZEU
DE SÃO PAULO

Em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o pré-candidato Celso Russomanno (PRB) exibe por trás da ascensão uma ampla exposição na TV, onde fala de forma acessível e defende bandeiras de apelo popular.

A mais recente é pela volta das sacolas plásticas gratuitas em supermercado.

De acordo com pesquisa Datafolha divulgada ontem, Russomanno cresceu oito pontos -de 16% para 24%- nos últimos seis meses.

O crescimento ocorreu no mesmo período em que o pré-candidato começou a ir ao ar na TV Record, onde apresenta o quadro "Patrulha do Consumidor", que integra um programa matinal diário que disputa a liderança na Grande São Paulo.

Na tela, Russomanno resolve problemas de consumidores, como serviços pagos e não entregues ou eletrônicos com defeito. São comuns abordagens agressivas com comerciantes.

"Você sabia que isso daqui dá prisão em flagrante delito?", questionou em vez a uma vendedora que não colocara preços na vitrine.

O direito do consumidor é um antigo discurso de Russomanno tanto na TV quanto em seus quatro mandatos como deputado federal.

Ele deixou a Câmara em 2010 para uma candidatura derrotada ao governo paulista pelo PP, sem apoio de Paulo Maluf. Teve 5% dos votos.

No PRB, partido ligado à Igreja Universal, ganhou o espaço na Record, de Edir Macedo, fundador da igreja.

Nos últimos dois meses, sobretudo graças ao quadro matinal, apareceu ou foi citado 51 vezes na Record, contra 13 de Fernando Haddad (PT) e 5 de José Serra (PSDB). Apareceu ainda em outros programas no papel de especialista em direito do consumidor.

A importância da TV, onde tem ele tem espaço ainda na CNT e na Rede Brasil, é tamanha que a formalização da candidatura foi adiada em uma semana para lhe dar mais exposição, afirmou um coordenador da campanha.

O pré-candidato nega uso político da emissora:"O que tem é que, quando você é primeiro lugar em audiência, é convidado para todo lugar".

Russomanno esbarra na exigência da lei de que deixe a TV a partir deste sábado, dia de sua convenção partidária, e no pouco tempo de propaganda de sua coligação de cinco siglas nanicas.

O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, afirmou ontem, em debate de institutos de pesquisa, que o potencial é de polarização entre PSDB e PT, até pelo histórico da cidade, mas que a candidatura Russomanno não pode ser ignorada pelo seu bom desempenho na TV e pelo desconhecimento de Haddad.

Colaborou DANIEL RONCAGLIA, de São Paulo

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