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Procurador acusa 37 por mensalão do DEM Lista de denunciados inclui ex-governador José Roberto Arruda e três deputados que hoje apoiam o petista Agnelo Queiroz Ministério Público diz que, em alguns casos, Arruda ficava com 40% do dinheiro desviado no Distrito Federal DE BRASÍLIADois anos e meio após uma operação da Polícia Federal desbaratar o "mensalão do DEM", a Procuradoria-Geral da República denunciou ontem o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, seu ex-vice Paulo Octávio, deputados e empresários por participação no esquema de distribuição de propina. No total, 37 pessoas foram denunciadas. Quando o STJ (Superior Tribunal de Justiça) aceitar a peça da Procuradoria, eles se tornarão réus. O ex-governador Joaquim Roriz é citado, mas não foi acusado por ter mais de 70 anos e, com isso, um prazo diferente para a prescrição de crimes. A Operação Caixa de Pandora abalou a política do DF por conta da vasta videoteca de Durval Barbosa, ex-secretário de Arruda, delator do esquema e um dos denunciados -apesar de a Procuradoria pedir benefícios por ele ter colaborado com a apuração. Durval entregou à PF dezenas de gravações em que recebia dinheiro de empresários e o distribuía a políticos. Há vídeos mostrando maços de notas sendo colocados em bolsas, meias e cuecas. Em outro, políticos foram gravados entoando juntos o que ficou conhecido como "oração da propina". NÚCLEO Arruda, que segundo a denúncia era do "núcleo dirigente" do mensalão, aparece recebendo dinheiro de Durval durante a campanha que o levou ao governo em 2006. Em sua defesa, o governador disse que usaria o dinheiro para comprar panetones para os pobres. A Procuradoria diz que, em alguns casos, Arruda ficava com 40% do dinheiro desviado. Seu vice, com 20%. Arruda acabou preso no Carnaval de 2010, acusado de comandar uma tentativa de suborno a uma testemunha. Só saiu da prisão quando foi cassado pela Justiça Eleitoral. Paulo Octávio não resistiu à pressão e renunciou ao cargo. No total, o Distrito Federal teve quatro governadores em um ano. O esquema também representou um duro golpe no DEM, que tinha em Arruda seu único governador e que pautava a sua atuação de oposição no discurso ético contra o envolvimento do PT no escândalo do mensalão. Após o acirramento da crise na capital federal, Arruda acabou sendo forçado a se desligar do partido. ACUSAÇÃO Entre os denunciados há três deputados distritais que eram da base de Arruda e hoje apoiam o governo Agnelo Queiroz (PT): Rôney Nemer (PMDB), Aylton Gomes (PR) e Benedito Domingos (PP). "A poderosa quadrilha implantou um sofisticado estratagema de corrupção, entranhando-se no governo com a finalidade de cometer crimes para financiar suas atividades ilícitas, conquistar e manter o poder", escreveu o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que era pressionado a apresentar a denúncia. Ela surge em meio à discussão do julgamento de outro mensalão, o do PT. O caso do Distrito Federal corre no STJ pois o tribunal é o foro de um dos investigados, Domingos Lamoglia, até hoje conselheiro do Tribunal de Contas do DF -mas do qual está afastado. Segundo a acusação, o esquema usava contratos nas secretarias de Educação e Saúde. As empresas recebiam por contratos emergenciais ou por "reconhecimento" de dívidas. Mas o governo só liberaria os pagamentos após receber propina. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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