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Segurança dos dados sigilosos de CPI recebeu favor de operador de Cachoeira

DE BRASÍLIA

Responsável por monitorar na madrugada a sala-cofre da CPI do Cachoeira, onde estão guardados os documentos sigilosos do caso, o policial legislativo Yanko Lima recebeu um favor de um dos principais operadores da organização criminosa investigada pela comissão.

Conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, reveladas ontem pela revista "Época", indicam que ele pediu ao sargento reformado da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, que agilizasse a emissão dos passaportes para os filhos.

O pedido foi atendido por Dadá, que preso pela Polícia Federal acusado de integrar o esquema do empresário Carlinhos Cachoeira.

Uma das atribuições de Lima, que é chefe do policiamento noturno do Senado, é a de monitorar a sala-cofre da CPI por meio de telões. Todos os documentos da quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico ficam neste local.

O presidente da CPI, senador Vital de Rêgo (PMDB-PB), afirmou, em nota, que determinou "minuciosa investigação, com a análise dos vídeos produzidos nas referidas salas-cofre e nas antessalas".

O senador mandou afastar o funcionário, o que não havia sido feito até a conclusão desta edição.

"Colocaram o cabrito para cuidar da horta. Não precisa nem investigar. Tem que afastar imediatamente. O áudio da conversa já diz tudo", afirmou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

A assessoria da CPI informou ontem que apenas dois funcionários têm a chave da sala-cofre. "Ele é um funcionário da polícia. Se adulterou qualquer coisa [nas imagens] vai ter que responder por isso", afirmou a assessoria.

O PEDIDO

Entre 18 e 19 de abril de 2011, Dadá pede para uma pessoa chamada Anderson para agilizar na Polícia Federal a liberação dos passaportes para os filhos do policial legislativo. A pressa era porque eles viajariam para Las Vegas, nos Estados Unidos.

A Folha havia revelado que Dadá também ajudava Cachoeira a ingressar no Brasil, a partir dos Estados Unidos, sem enfrentar problemas na alfândega com mercadoria trazida do exterior.

A reportagem não conseguiu localizar ontem Dadá nem seu advogado. O policial legislativo não ligou de volta.

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