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Reeleição de Lula foi resposta do PT ao mensalão, diz réu

Ex-líder do partido na Câmara afirma que militância reagiu nas urnas

Paulo Rocha fala que repasses foram usados para pagar dívidas de campanha; 'nem vi a cor do dinheiro'

AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM

O ex-deputado federal Paulo Rocha, 61, do PT-PA, um dos 38 réus do processo do mensalão, disse que a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, foi uma resposta à acusação de envolvimento do partido no escândalo.

Rocha, que era líder do PT na Câmara, é acusado de receber R$ 820 mil. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o objetivo do mensalão era financiar o apoio ao governo Lula no Congresso.

"Nem vi a cor do dinheiro", disse Rocha à Folha, na última sexta, durante a convenção do PT que escolheu o candidato à prefeitura de Belém. Rocha negou a acusação e afirmou que os recursos que recebeu pagaram dívidas da campanha de 2002. Segundo ele, os autos do processo provam a tese da defesa.

"O PT do Pará estava devendo dinheiro de campanha da candidatura de governador e senador da época. À medida que os repasses chegavam, a minha secretária depositava para os credores."

Na convenção, ele foi apresentado como "presidente de honra do PT do Pará, companheiro Paulo Rocha, de todas as lutas do Estado". Em 20 minutos de discurso, falou que o escândalo foi uma das "muitas acusações" que a legenda já sofreu. "A elite dizia que era a hora de acabar com a nossa raça."

À Folha, o ex-deputado disse que o julgamento no STF "não pode ser político", mas "exclusivamente técnico". E considerou "natural" a pressão recebida por conta do julgamento. "Pressão nós vivemos em qualquer ambiente democrático. Mas queremos ter o direito de se mobilizar e se defender."

Segundo ele, as acusações abalaram sua saúde e custaram sua derrota na eleição para o Senado em 2010. Agora ele diz estar recuperado e pronto para outras eleições.

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