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Cachoeiragate

Governo pode usar CPI para flexibilizar licitações, diz Ideli

Ministra não explica relação entre os temas, mas afirma que ideia é incluir proposta no relatório final da comissão

Intenção do Planalto é agilizar contratações de empresas nos moldes já aplicados às obras do PAC e da Copa

DE BRASÍLIA

A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) afirmou ontem que o governo pode usar o relatório final da CPI do Cachoeira para fazer mudanças na Lei de Licitações.

Ideli não explicou qual relação enxerga entre as investigações da comissão e problemas com procedimentos licitatórios.

Ela disse apenas que as alterações devem ser feitas para dar agilidade aos processos de contratação de obras.

A possibilidade de incluir a proposta de mudanças como "contrabando" nas conclusões da CPI seria feita apenas porque, segundo ela, "projeto de lei de origem de CPI tem um rito um pouco diferenciado, mais ágil", disse a ministra.

Sem também detalhar o que pretende mudar na Lei de Licitações, Ideli defendeu o chamado RDC (Regime Diferenciado de Contratações).

Esse sistema flexibiliza as normas de concorrências públicas, permitindo o "orçamento secreto", em que as empresas somente conhecem o valor da obra depois que apresentam propostas -o que dificultaria conluio entre participantes.

Além disso, a mesma empresa é contratada para produzir o projeto executivo e para executar a obra, o que diminuiria eventuais aditivos que encarecem os contratos.

Já em aplicação em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e da Copa, o governo quer que o RDC seja estendido às áreas da saúde e educação.

DEPOIMENTOS

No Congresso, a CPI do Cachoeira deveria ter ontem ouvido quatro testemunhas, mas ao final nenhuma delas prestou depoimento.

Uma das ausentes foi Ana Cardozo de Lorenzo, dona de uma empresa de pesquisa de opinião que recebeu R$ 56 mil de firma de fachada do grupo de Cachoeira para prestar serviços ao governador Marconi Perillo (PSDB-GO).

Ela mandou uma mensagem dizendo que não iria, mas sem justificativa. O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que tomará as medidas necessárias para ouvi-la em uma outra audiência.

Dos outros três depoentes, um não foi encontrado, outro apresentou justificativa médica e o terceiro disse que estava viajando.

Também ontem, a oposição acusou o relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), de perseguir Perillo.

Levantamento do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) mostrou que a comissão já ouviu 12 pessoas ligadas ao governador e apenas dez ligadas diretamente a Carlos Cachoeira.

Entre os requerimentos aprovados que já foram cumpridos 42% são referentes a Perillo e 19% a Cachoeira.

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