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Cachoeiragate

Cassação de senador é pena desproporcional, diz defesa

Demóstenes tentará convencer plenário de que não há provas contra ele

Para advogado, única evidência é ter recebido telefone de Cachoeira, o que não seria motivo para pena máxima

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse ontem que a eventual cassação do senador Demóstenes Torres por causa do uso de um celular Nextel é uma pena "desproporcional".

Em entrevista à Folha e ao UOL, o defensor do senador de Goiás disse que "talvez coubesse uma pena mais branda que a cassação".

Essa será a argumentação central durante a sessão de hoje do Senado na qual Demóstenes poderá ter seu mandato cassado.

Como a esta altura não há como punir Demóstenes com uma pena alternativa de suspensão temporária, a defesa acha que plantará uma dúvida na cabeça dos senadores -para tentar a absolvição.

Haverá uma tentativa de convencer o plenário do Senado de que todas as acusações não têm materialidade prática.

A única que permaneceria é a do telefone Nextel (um rádio que funciona também como celular) que foi presenteado a Demóstenes por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira (que também pagava a conta mensal).

"Evidentemente ele [Demóstenes] não sabia que esse Nextel teria sido dado a outras pessoas que estão sendo, inclusive hoje, investigadas. O que eu pergunto é se é correto, se é proporcional... se é correto cassar um senador da República porque ele usou um Nextel", disse Kakay. "Eu acho absolutamente ´over´. Eu acho desproporcional".

De acordo com o advogado, Demóstenes "não sabia que [o Nextel] tinha sido distribuído para essa dita quadrilha". O aparelho seria para conversar reservadamente com Cachoeira.

Indagado se Demóstenes já cogitou renunciar ao mandato para não correr o risco de ser cassado, Kakay afirma que o senador "jamais discutiu essa hipótese". Ele teria "ampla convicção de que está sendo injustiçado. Ele tem o que dizer".

Sem dar detalhes, o advogado afirmou que Demóstenes "vem recebendo o apoio de mais gente do que possam imaginar". Haveria uma expectativa, portanto, de absolvição na votação de hoje.

Kakay afirmou ter sido indicado para ser o advogado do caso pelo governador de Goiás, Marconi Perillo. Durante o processo, o que "mais machucou" seu cliente foi a afirmação do senador Humberto Costa (PT-PE) de que o mandato Demóstenes foi colocado a serviço de Cachoeira. "Não há um fiapo de prova dessa afirmação", disse.

Assista ao vídeo e leia a transcrição da entrevista

folha.com/no1118166

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