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Eleições 2012

Apoio de Kassab ao PT em MG racha PSD

Vice-presidente do PSD, senadora Kátia Abreu diz que prefeito de SP atua de maneira 'arbitrária e clandestina'

Nota do PSD diz não ter 'fundamento' a crítica de que sigla contraria princípios anunciados durante a formação

DE BRASÍLIA
DE BELO HORIZONTE

A adesão formal do recém-criado PSD à candidatura do ex-ministro Patrus Ananias (PT) à Prefeitura de Belo Horizonte rachou o partido.

Na semana passada, o presidente da sigla, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, determinou que PSD mineiro abandonasse a coligação pela reeleição do prefeito Márcio Lacerda (PSB) e passasse a apoiar Patrus. Como os dirigentes locais do PSD estavam resistindo, Kassab optou pela intervenção.

Ontem, a senadora Kátia Abreu (TO), vice-presidente nacional do PSD, repudiou a decisão Kassab. Em carta endereçada ao prefeito, ela o acusa de atuar de "forma arbitrária e clandestina" e de "abandono de qualquer resquício de lealdade e respeito" aos dirigentes do PSD.

"Considero que houve mais que abuso de poder", escreveu a senadora. "[Houve] um grave e insolente dano ao espírito do nosso partido, nascido sob a inspiração da ruptura com os rótulos ideológicos anacrônicos (...) com o compromisso de ser uma legenda democrática, sem donos ou comandos arbitrários."

Kátia Abreu é contra o apoio do PSD a Patrus. Ela defendeu a aliança com o prefeito Márcio Lacerda, em sintonia com os interesses do senador Aécio Neves (PSDB).

A senadora dá a entender que Kassab age em benefício do ex-governador de São Paulo, José Serra, desafeto de Aécio Neves dentro do PSDB.

Ela diz que a intervenção está "à mercê de humores e objetivos que não conhecemos" e conclui a carta a Kassab declarando-se "em dissidência crítica e vigilante".

Também descontente com a intervenção, o ex-deputado Roberto Brant, que era segundo-vice-presidente nacional do PSD, anunciou sua desfiliação. "Kassab tem o controle pessoal do partido", reclamou ele. "É inútil qualquer tentativa de contrapor-se à vontade dele."

Brant afirmou, porém, que outros políticos com mandato no PSD, mesmo descontentes, não reagirão à "medida truculentíssima".

SILÊNCIO

Kassab recomendou que aliados não respondam para evitar que a senadora ganhe visibilidade com suas reclamações. Na avaliação de kassabistas, ela investe na ruptura movida pela desejo de ocupar o Ministério da Agricultura com a próxima reforma da presidente Dilma.

Mas, no fim da noite de ontem, o PSD divulgou uma nota em que diz "não ter fundamento" a afirmação de que partido estaria "contrariando os princípios anunciados na sua formação".

Kassab contou a interlocutores ter conversado com Aécio sobre sua decisão. Segundo seu relato, ele disse ao tucano que foi um erro precipitar a nacionalização da disputa e que não estava disposto a brigar com Dilma. (CATIA SEABRA E PAULO PEIXOTO)

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