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Cachoeiragate

Deputados poupam 3 e pedem cassação de 1

Corregedoria e Conselho de Ética livram parlamentares do PP, PT e PC do B de envolvimento com esquema de Cachoeira

O tucano Carlos Alberto Leréia, que afirmou ser amigo do empresário, foi o único a ter a perda de mandato aprovada

DE BRASÍLIA

No dia em que o Senado cassou Demóstenes Torres, a Corregedoria e o Conselho de Ética da Câmara inocentaram três deputados suspeitos de envolvimento com o empresário Carlinhos Cachoeira.

O único que teve a cassação recomendada pela Corregedoria foi o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).

As representações contra Sandes Júnior (PP-GO) e Rubens Otoni (PT-GO) foram arquivadas. No Conselho de Ética, foi rejeitado o pedido de investigação de Protógenes Queiroz (PC do B-SP).

A situação dos deputados Leréia, Júnior e Otoni será definida pela Mesa Diretora, que não tem data para decidir.

No caso de Leréia, se a Mesa mantiver sua tradição e acolher a representação, o tucano passa a responder a processo no Conselho de Ética.

Pesou contra ele a relação pessoal e os negócios dele com Cachoeira. À Folha Leréia afirmou ser amigo e conhecedor de atividades ilegais do empresário.

Ele foi gravado cobrando de um auxiliar de Cachoeira depósito de R$ 100 mil. Há indícios ainda de que Leréia atuou a favor dos interesses do empresário na Câmara.

A Folha apurou que Leréia pressionou o PSDB a não tomar nenhuma medida contra ele, argumentando que o governador Marconi Perillo (Goiás), também envolvido no caso, foi preservado.

Com relação aos deputados Sandes Júnior e Rubens Otoni, não houve provas consistentes, afirmou o corregedor Eduardo da Fonte (PP-PE).

Sandes Júnior é suspeito de ganhar indiretamente R$ 150 mil do grupo de Cachoeira, enquanto Otoni aparece em vídeo com o empresário negociando R$ 100 mil. Sandes justifica que o dinheiro vinha da rescisão de um contrato de uma rádio. Otoni disse que não recebeu a quantia.

O pedido de investigação sobre Protógenes era para analisar as relações dele com um suspeito de ser o "araponga" do grupo de Cachoeira.

Ainda há mais um caso relacionado às denúncias contra Cachoeira. Depois do recesso, em agosto, a Corregedoria ainda terá que analisar o caso do deputado Stepan Nercessian (PPS-RJ), que é alvo de representação. A tendência, neste caso, é a abertura de processo contra ele, que assumiu ter recebido R$ 175 mil de Cachoeira.

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