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Cachoeiragate

CEF paga R$ 47 mi a empresa do substituto de Demóstenes

Orca Incorporadora, de Wilder Morais, toca projetos do Minha Casa, Minha Vida

Grupo diz que futuro senador 'não atua na administração, sendo mero cotista'; Caixa nega irregularidades

FERNANDO MELLO
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

A empresa Orca Incorporadora, que tem entre seus sócios o futuro senador Wilder Morais (DEM-GO), recebeu R$ 47,2 milhões da CEF (Caixa Econômica Federal) para tocar projetos do Minha Casa Minha Vida, sobre o qual o novo parlamentar pode vir a legislar ou propor emendas.

O valor recebido pela Orca corresponde a 89% dos contratos assinados pela empreiteira com a Caixa para a construção de cinco empreendimentos do programa nas cidades goianas de Nerópolis, Hidrolândia, Aparecida de Goiás e Taquaral.

Para atuar no Minha Casa, Minha Vida, as empreiteiras devem ter seus projetos aprovados pela Caixa, que analisa documentos sobre o terreno da obra e a viabilidade do empreendimento. A Orca era proprietária dos terrenos onde construiu as unidades.

A atual superintendente da CEF no Estado foi indicada pelo grupo de Carlinhos Cachoeira, segundo diálogos gravados pela Polícia Federal. Trata-se de Marise Fernandes de Araújo, funcionária de carreira que assumiu o cargo em abril de 2011.

Em conversa com o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu em 14 de abril de 2011, Cachoeira festejou a indicação dela para o cargo na Caixa.

"Deixa eu te dar uma notícia boa aí: a nova superintendente da Caixa Econômica Federal é a Marise, vou levar ela aí para você conhecê-la", disse Cachoeira. Segundo ele a indicação fora feita por Marcelo Limírio, que, segundo a PF, é sócio de Cachoeira.

Marise estava havia seis anos no comando de uma regional da Caixa em Anápolis, cidade natal de Cachoeira. Ela não teve atuação nos processos relacionados à Orca. Os recursos repassados pela CEF à empresa são do Fundo de Arrendamento Residencial, abastecido com verbas do Orçamento da União.

OUTRO LADO

O grupo Orca diz que há mais de um ano Wilder Morais "não atua na administração, sendo mero cotista".

Segundo a empresa, não há conflito de interesses, pois "os contratos que estão em vigor foram firmados antes de sua gestão como senador".

A Orca diz estar estudando "a nova situação pós-posse" para evitar problemas legais. Segundo a empresa, Wilder conhece Marise Fernandes de Araújo "na condição de superintendente regional, mas não tem relações diretas".

De acordo com a Caixa, as contratações da Orca seguiram "os ritos normais".

Colaborou GABRIELA GUERREIRO, de Brasília

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