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Momento do jornalismo empolga, diz repórter

David Carr, do NYT, se diz confiante em modelo de cobrança por leitura de jornal on-line

DE SÃO PAULO

Uma das vozes mais respeitadas da mídia americana, David Carr, 55, repórter e colunista de mídia do "New York Times", acredita que o jornalismo passa hoje pelo seu "momento mais empolgante" com a incorporação dos meios digitais -apesar de problemas de financiamento que fizeram a mídia tradicional dos EUA encolher.

"Não tenho uma visão catastrófica sobre o jornalismo. Não gostaria de estar em outro lugar nesta hora. Minha carreira está num momento que superou todas minhas expectativas. É um momento fantástico para fazer todo tipo de trabalho, com vídeo, blog etc.", afirmou Carr.

Ele participou da palestra que encerrou ontem o 7º Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), em São Paulo.

"O modelo de negócio é que está mudando. Vivemos bons dias [no jornalismo]. Desculpe se passei a impressão errada", afirmou o colunista de mídia ao ser questionado sobre uma suposta "visão catastrófica" que pregava sobre a profissão.

O questionamento tinha relação com algumas análises que Carr faz sobre a mídia, em especial sobre os últimos anos do mercado de jornais nos EUA, que foi reduzido à "metade do que éramos em 2005", segundo ele.

PAGAMENTO

Durante a apresentação, o colunista de mídia do NYT mostrou números sobre a redução da mídia tradicional americana -40 mil jornalistas perderam emprego desde 2007, por exemplo-, mas demonstrou confiança no modelo de "paywall" (muro de pagamento), adotado pelo NYT e, desde o último dia 21, também pela Folha.

Esse modelo permite a leitura gratuita na internet de parte do conteúdo (no caso da Folha, 40 textos por mês), deixando a navegação ilimitada restrita a assinantes.

"Temos 500 mil pessoas pagando para coisas que não pagavam antes [no NYT]. Todo mundo falava que não ia dar certo e agora está funcionando", disse o colunista.

Carr fez também algumas suposições sobre o futuro da reportagem, incentivando os jornalistas a se enveredarem pelos meios digitais.

"Agora temos mais poder do que tínhamos antes. Um único iPad tem mais poder do que qualquer redação em que trabalhei. O repórter tem como checar o que estou falando agora num clique. Esse é o melhor momento do mundo para ser um repórter", afirmou David Carr.

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