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Eleições 2012

12% do Congresso quer se eleger prefeito

Câmara e Senado terão três semanas de votações de agosto a outubro, enquanto 69 parlamentares disputam eleição

Deputados e senadores candidatos continuam a receber salário de R$ 26,7 mil mesmo sem ter de analisar projetos

DE BRASÍLIA

Pelo menos 69 dos 594 congressistas vão tentar trocar seus gabinetes em Brasília por uma cadeira em prefeituras na eleição de outubro.

Segundo levantamento da Folha, 64 deputados e cinco senadores serão candidatos.

Mesmo com o baixo número de candidaturas (11,6% do total de congressistas), o pleito levará ao chamado "recesso branco" do Poder Legislativo. Isso quer dizer que, de agosto até outubro, serão realizadas apenas três semanas de votações.

Em cada legislatura, 18% dos parlamentares, em média, tentam ser prefeitos. Mas o recall nas urnas nem sempre é vantajoso.

Em 2004, por exemplo, 96 congressistas saíram candidatos a prefeito ou vice, mas apenas 16 foram eleitos.

Nas eleições deste ano, o PMDB foi quem mais apostou em parlamentares para conquistar o eleitor -são dez deputados federais.

A principal estrela peemedebista é o deputado Gabriel Chalita, que briga pela Prefeitura de São Paulo.

Ele disputará, entre outros, com o colega Paulo Pereira da Silva (PDT), presidente licenciado da Força Sindical.

Para acompanhar o desempenho da legenda, o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RR), se licenciou ontem. A ideia é viajar para as principais capitais.

DEM, PSB e PT indicaram oito deputados cada para a eleição. Com a imagem arranhada desde o escândalo conhecido como "mensalão do DEM", que levou à queda do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, o partido aposta as fichas em algumas cidades-chave, como Salvador (BA).

"É a qualidade dos nossos quadros que se oferecem para os cargos", justificou o presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), ao falar sobre o motivo de usar parlamentares nas eleições.

BOLSO

Apesar do recesso, os parlamentares que são candidatos poderão continuar recebendo o salário de R$ 26,7 mil.

E, até o mês passado, tiveram direito a utilizar dinheiro público para produzir jornais e vídeos a título de divulgação de suas atividades.

Isso porque um ato da Mesa Diretora da Câmara ampliou o limite de tempo desse gasto em ano eleitoral -antes, eles podiam usar os recursos só até abril.

Na tentativa de reverter o desgaste de receber benefícios do Congresso em plena eleição, a candidata do PC do B à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela D' Avila, pediu afastamento da Casa.

"Não considero justo receber meu salário sem dedicação exclusiva", disse ela, que repassa sua vaga no Congresso a Vicente Selistre, do PSB.

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), critica o argumento de que todos precisam participar das campanhas nos Estados, mesmo que indiretamente.

(ERICH DECAT, GABRIELA GUERREIRO E MÁRCIO FALCÃO)

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