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Jersey conclui audiências de ação milionária sobre Maluf

Decisão sobre o caso, que tenta recuperar US$ 22 mi, sai em até três meses

Advogado da prefeitura reiterou a existência de um esquema de desvio de dinheiro quando Maluf era prefeito de SP

RODRIGO RUSSO
ENVIADO ESPECIAL A JERSEY
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO

A corte da ilha de Jersey, paraíso fiscal britânico, encerrou ontem as audiências do processo que tenta recuperar US$ 22 milhões que o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) teria desviado quando foi prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996.

A decisão sobre o caso pode sair em até três meses, segundo advogados da Prefeitura de São Paulo, que iniciou a ação. Caberá recurso.

A última sessão foi marcada pelas tentativas de adiamento feitas pela defesa das empresas rés na causa, a Durant International e a Kildare Finance, detentoras dos US$ 22 milhões e cujo controle é exercido pelos filhos de Maluf, segundo o Ministério Público de São Paulo.

Na audiência, a defesa pediu prazo para receber "instruções do Brasil" sobre novas provas apresentadas anteontem, e o julgamento foi suspenso por uma hora.

Depois disso, a defesa alegou problemas técnicos para receber as orientações por e-mail e solicitou mais prazo. A corte negou o pedido e encerrou as audiências do caso.

Os representantes da prefeitura dizem que essas instruções deveriam partir do advogado Ricardo Tosto, que advoga para Maluf no Brasil. Procurado, Tosto disse que já manteve contato com os advogados das empresas, mas não poderia dar detalhes por motivo de sigilo profissional.

O advogado da prefeitura, Stephen Baker, reiterou a existência de um esquema de fraudes na gestão Maluf, com remessas para o exterior.

O uso de novas provas no fim do julgamento foi criticado pelo advogado das empresas, David Steenson. Já a defesa da prefeitura avalia que as companhias dos filhos de Maluf tentaram, durante o processo, se apegar a questões processuais, fugindo da discussão sobre o mérito.

Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", a defesa das companhias apresentou documentos em que teriam admitido formalmente que o filho de Maluf, Flávio, era diretor da Durant. Teria afirmado ainda que Maluf recebera comissões de negócios privados em contas em Jersey.

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