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Cachoeiragate

Irmão de Perillo tem relação com Cachoeira

Com base em gravações feitas pela Polícia Federal, revista aponta que Antônio Perillo era próximo do empresário

Assessoria do governo de Goiás afirma que não cabe ao tucano comentar ou avaliar amizades do irmão

DE BRASÍLIA

Um irmão do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), mantinha contato com o empresário Carlinhos Cachoeira, afirma reportagem da revista "Época" desta semana, com base em gravações feitas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.

De acordo com a reportagem, Antônio Perillo, conhecido como Toninho, fazia parte do chamado "clube do Nextel" - uma referência às pessoas ligadas ao empresário que dispunham de rádios habilitados nos Estados Unidos, supostamente antigrampo.

A Folha localizou dois diálogos entre Cachoeira e um homem identificado pela PF apenas como "Toninho". Segundo a "Época", trata-se do irmão de Perillo.

Nas conversas, ambas do dia 31 de março de 2011, Cachoeira liga de seu celular, e não de seu rádio Nextel. Ele demonstra intimidade com o interlocutor.

"Você me chama aqui e desliga. Parece aquelas biscates", diz Cachoeira.

A menção ao Nextel ocorre, segundo a revista, apenas em fevereiro deste ano, quando Toninho reclama com Wladimir Garcez, auxiliar de Cachoeira, que seu Nextel não estava funcionando.

A Folha não conseguiu localizar Toninho Perillo. A assessoria de Marconi Perillo afirmou que não cabe a ele comentar ou avaliar amizades do irmão.

Em nota, o governo de Goiás não negou as citações ao irmão de Perillo na reportagem. O comunicado afirma, apenas, que a revista "não aponta um único negócio ou contrato feito na atual gestão com participação ou interferência do sr. Antônio Perillo".

Ontem, o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), declarou, em nota, que considera leviano o que chamou de "vazamento seletivo de dados sigilosos" da Operação Monte Carlo e que supostamente mostrariam a relação do governador tucano com o esquema de Cachoeira.

Para ele, seria mais uma demonstração da politização dos trabalhos da CPI. Araújo disse que cobrará providências do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para evitar o uso da Polícia Federal com objetivos políticos.

A nota do PSDB diz ainda que Perillo entrou com representação na Procuradoria-Geral da República pedindo investigação do vazamento.

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