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Supremo recebe 23 advogados do mensalão

Número se refere apenas a ministros que divulgaram suas agendas na internet, mas visitas podem chegar a 50

Segundo a corte, não há ilegalidade nas audiências, em que são expostos os principais argumentos da defesa

RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

Nos últimos 20 dias, às vésperas do julgamento do mensalão, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) concederam pelo menos 23 audiências a advogados dos réus do processo.

O número se refere a cinco ministros -Ayres Britto, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Rosa Weber-, que são os que divulgaram suas agendas de compromissos de junho a julho no site do STF.

Há indicações de que os mesmos advogados se encontraram com todos os ministros do tribunal, o que elevaria o número de audiências para cerca de 50.

Os ministros receberam os defensores do ex-ministro José Dirceu (PT-SP), do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) e do publicitário Duda Mendonça, entre outros.

O conteúdo das conversas entre os ministros do STF e os advogados não é divulgado. A explicação para os encontros reservados é a entrega dos chamados "memoriais", uma espécie de resumo de tudo o que a defesa alegou ao longo do processo.

O STF informou que "a audiência com juízes é um direito previsto no Estatuto dos Advogados. Isso porque é considerada como parte do exercício da ampla defesa".

"Não há sequer a necessidade de agendamento prévio. A Advocacia-Geral da União e o procurador-geral da República têm igual direito", segundo a assessoria da corte.

Nas audiências, os advogados aproveitaram para reforçar alguns pontos da defesa.

"Todos os advogados estão fazendo [o mesmo]. É uma conversa de dez minutos, em que você coloca ali os pontos suscitados. É mais uma oportunidade de ratificar as teses colocadas por nós da defesa", disse Jose Luis de Oliveira Lima, defensor de Dirceu.

"O encontro pessoal é fundamental para o direito de defesa, porque o processo é muito extenso, e a linguagem oral facilita explicar determinada situação", contou o advogado Pedro Velloso, do escritório que defende Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes.

"Os ministros não fazem juízo de valor, eles ouvem, fazem uma pergunta ou outra", disse o advogado.

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