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'Deu errado', diz Delúbio sobre dinheiro captado para o PT

DE BRASÍLIA

O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares disse ontem que a engenharia financeira montada por ele para quitar dívidas de aliados "deu errado, deu essa confusão toda". Ele negou que o partido tenha corrompido parlamentares.

Segundo ele, a direção do PT o autorizou a captar recursos para quitar dívidas da campanha de 2002. Sem "lastro" para captar R$ 60 milhões, disse, ele recorreu às empresas de Marcos Valério, que fizeram empréstimos e os repassaram ao ex-tesoureiro.

Delúbio falou por 20 minutos num ato de apoio a ele convocado pela Juventude do PT do Distrito Federal, que reuniu cerca de cem pessoas na sede local da Central Única dos Trabalhadores.

Saudado aos brados de "Delúbio guerreiro do povo brasileiro" por sindicalistas, militantes e servidores, ele reconheceu os saques em dinheiro e os pagamentos a partidos e deputados. "O que houve foi pagamento de dívidas eleitorais que as direções regionais e os partidos aliados trouxeram e que o Partido dos Trabalhadores, durante uma reunião, pediu uma solução. Deu errado, deu essa confusão toda", disse.

O advogado, Sebastião Ferreira Leite, que o defende, reclamou de o Ministério Público Federal ter postado mensagens no Twitter sobre o julgamento do mensalão: "O Ministério Público está fazendo militância política, age como se fosse um partido", disse.

Segundo ele, a acusação "cabível" seria "eleitoral por dívidas não contabilizadas". "Mas esse crime prescreveu, no prazo de 180 dias a partir da prestação de contas. Como não teve base legal para fazer a acusação contra o PT, foi criada essa metamorfose ambulante denominada mensalão", afirmou.

Delúbio recebeu congratulações. "Você orgulha o PT. O processo não é contra Dirceu, Delúbio, é contra o PT, é um processo de disputa de hegemonia", disse Roberto Policarpo, presidente do PT-DF.

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