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Mercado - em cima da hora

Com preços menores, lucro da Vale recua 48% no 2º trimestre

Produção recorde não compensa queda de 29% na cotação do minério de ferro

DENISE LUNA
DO RIO

Apesar de vendas maiores no segundo trimestre, após uma produção recorde de 80 milhões de toneladas, o lucro da Vale caiu quase pela metade no período, sob impacto principalmente do preço menor de venda do minério de ferro, contrariando o que previam os analistas.

O lucro atingiu R$ 5,3 bilhões de abril a junho, queda de 20,9% ante o primeiro trimestre e de 48,3% sobre o mesmo período de 2011.

No semestre, o lucro caiu para R$ 12 bilhões, ante R$ 21,5 bilhões no mesmo período de 2011.

Também afetou o resultado a queda no preço e nas vendas de cobre e carvão. A Vale suspendeu a produção de carvão metalúrgico em maio, em mina na Austrália, após terem sido encontrados níveis anormais de monóxido de carbono. A empresa espera normalizar a operação no terceiro trimestre.

O resultado veio abaixo da expectativa de analistas, que previam lucro líquido em torno de R$ 7 bilhões. Também houve impacto negativo da valorização do dólar, pois a empresa tem dívidas na moeda norte-americana.

A receita cresceu 19% ante o primeiro trimestre, para R$ 23,9 bilhões, mas caiu 2,3% em relação há um ano.

De abril a junho o preço de venda do minério de ferro ficou em US$ 103,29 a tonelada, bem abaixo do previsto por analistas (US$ 112), significando queda de 28,9% ante o preço do segundo trimestre de 2011 (US$ 145,30) e de 5,5% em relação ao trimestre anterior (US$ 109,26).

Com a queda, a empresa não conseguiu aproveitar o aumento dos embarques de minério, que somaram 62,9 milhões de toneladas no segundo trimestre, 14,9% a mais que no primeiro trimestre.

As perspectivas para o terceiro trimestre também não são boas. Ontem, o minério de ferro era negociado no mercado à vista da China a cerca de US$ 118 a tonelada.

INFERNO ASTRAL

O fraco resultado da Vale ocorre em um momento crítico para a mineradora, cujas ações acumulam queda maior do que a média do mercado por conta de pendências relativas ao pagamento da Cfem (Contribuição Financeira sobre Exploração Mineral) e retração do seu principal mercado (China).

Mesmo assim, a China foi responsável por 31,6% das vendas no segundo trimestre, seguida pelo Brasil, com 19%.

A grande concentração das vendas da empresa no continente asiático (51,3% do total) tem causado apreensão.

A saída inesperada do diretor financeiro da companhia, Tito Martins, contratado pela concorrente Votorantim Metais, também contribui para o mau humor do mercado em relação à empresa.

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